A legalização do aborto significa
aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado. É a
solução mais cínica para o sexo irresponsável.
Os sedizentes progressistas brasileiros estão eufóricos. Ocorre que,
recentemente, do outro lado da fronteira, o Senado uruguaio aprovou uma lei que
legaliza o aborto. Com a confirmação pela Câmara e a sanção do presidente José
Mujica, a gravidez poderá ser interrompida voluntariamente até sua 12ª semana.
Atualmente, a legislação permite o procedimento em casos de estupro, riscos à
saúde da mãe ou má-formação do feto. E a decisão de lá já causa anseios por
aqui, como evidenciam as declarações da nova ministra da Secretaria de
Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci.
Mas, afinal, o que move esses
militantes em defesa de uma causa cuja única finalidade é a morte? Como um ato
tão desumano e covarde pode levar pessoas sorrindo às ruas, erguendo bandeiras
e entoando palavras de ordem? Não pesa a consciência quando elas aconchegam um
bebê recém-nascido no colo e, ao mesmo tempo, acham razoável que lhe tivessem
parado o coração? Por que uma criança de rua merece a misericórdia e outra,
ainda mais indefesa, a insensibilidade? Que tipo de liberdade de escolha é essa
que priva o outro de existir?
No pleito abortista, uma vida humana
adquire a feição de um furúnculo: algo incômodo, indesejado e do qual é preciso
livrar-se o mais rápido possível. E dizem defender direitos da mulher sobre seu
próprio corpo. Porém, aos três meses de gestação – prazo máximo para a
interrupção da gravidez no projeto uruguaio –, a parte mais importante do
desenvolvimento já ocorreu. A criança tem fisionomia, coração batendo e
bombeando sangue, órgãos vitais formados, cabeça e corpo, mãos e dedos do pé.
Mesmo se não tivesse, haveria de incidir o princípio da prudência. Mas a
propaganda cultural é tão forte que a evidência da vida é diminuída à condição
de caso de saúde pública. E eis que o contorcionismo argumentativo coloca-se
lado a lado com a crueldade.
Há vários vídeos mostrando o
procedimento de um aborto. Quem tiver coragem, veja. O feto debate-se contra um
instrumento afiado, luta pela sua própria sobrevivência. Até que não pode mais
resistir. Para além das direções de arte, roteiros e efeitos especiais, é a
crueza de uma violência. Não se pode negar a realidade posta: a morte de um ser
humano.
A legalização do aborto significa
aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado. É a
solução mais cínica para o sexo irresponsável. É a negação total da razão e da
emoção. Mais: relativiza um direito em cuja supremacia se baseia a civilização
e eleva o egoísmo a um patamar sagrado na sociedade. Chamar de avanço a legitimação
de um ato que põe fim à vida não passa de uma piada macabra.
Autor: Rafael Codonho é jornalista
Colaboração Ivanaldo Santos
Fonte: Dom Luiz Bergonzini
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