Tendo contactos
periódicos com acadêmicos de várias Faculdades, descobri que, além dos bons
Professores, existem nas escolas superiores aqueles que praticam um apostolado
ao inverso. São evangelizadores ao contrário. Procuram extinguir a fé, sob a
alegação de espírito aberto. Dando uma de modernos, exigem que os alunos façam
resumos de livros de escritores decididamente ateus, como Crick, Hawkings,
Marx, Freud.
São apóstolos do ateísmo. Jamais vi esses mestres da dúvida,
mandarem ler “A linguagem de Deus” de Francis Collins, ou “A fé e a razão” de
João Paulo II, ou “Jesus de Nazaré” de Joseph Ratzinger.
Quando os alunos são
forçados a ler a cartilha agnóstica, podem não concordar com seus ditos. Como
não há quem lhes explique a verdade, sobra no seu espírito uma ponta de dúvida
que, muitas vezes, se traduz em esfriamento da fé.
Concordo que os próceres da
vida sem Deus, tenham a liberdade de existir, e continuem fazendo o esforço
árduo de provar que o Criador não existe.
Entre eles,
especialmente os mais abertos – eles existem – apareceram algumas dúvidas.
As
grandes profecias do ateísmo, sombrias, falharam. Feuerbach previu a “morte da
religião”. Os dez milhões de romeiros, que frequentam Aparecida anualmente, o
desmentem. Freud, Marx e Nietzche, com absoluta certeza prognosticaram a
“substituição da religião” e a “morte de Deus”. Os milhões e milhões de jovens
nas Jornadas Mundiais que se reúnem nos encontros internacionais, nem tomam
conhecimento da profecia. As tragédias do século XX, sim, fizeram morrer o
socialismo ateu. Este parecia ter fôlego de gato, mas estertorou em asfixia
mortal.
Na Rússia houve uma inversão do “ópio do povo” atribuído à religião.
Agora é o marxismo que é acusado de ser droga para enganar o povo. O “Catecismo
da Igreja Católica”, vendeu vários milhões de exemplares, num mundo que se
dizia farto de religião.
E pode-se crer na presunção dos arautos da vitória da
“ciência”, que vaticinaram a regressão irreversível da fé, diante dos funerais
do Papa João Paulo II? Nunca mais multidões se reunirão em tão grande número.
“O profeta que fala com presunção, não o temais” (Dt 18, 22). Todos recomendam
aos ateus profetas, mais cautela. Agora, se quiserem dialogar, estamos abertos.
Dom Aloísio
Roque Oppermann scj - Arcebispo de Uberaba, MG
Endereço
eletrônico: domroqueopp@terra.com.br
Fonte: Rádio do Vaticano
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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem