Escrito por: Ivanaldo Santos
No mês de outubro de 2010, na reta
final da campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff (PT), que naquele
momento corria o sério risco de perder a eleição, enviou uma Carta Aberta às
igrejas. Nesse documento Dilma se apresenta como cristã e faz duas declarações
sobre o aborto. Vejamos:
“N. 2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da
legislação atual sobre o assunto”.
“N. 3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de
propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros
temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País”.
Em 2010, para se eleger presidente da república, Dilma Rousseff teve que
dizer que é contrária ao aborto, negando declarações públicas nas quais
defendia essa prática, e prometeu que não mudaria a legislação em vigor.
Além disso, é preciso salientar que, no Brasil, o movimento pró-aborto
está quase morto. Apesar do amplo apoio da grande mídia, que pensa que abortar
é ser moderno e libertário, e de setores do Estado, esse movimento está
diminuindo a cada dia. A população brasileira é contra o aborto, sem contar que
o movimento pró-aborto tem, sistematicamente, perdido militantes, dinheiro e
representantes no Congresso Nacional.
Na contramarcha da vontade popular a presidente Dilma Rousseff nomeou e
deu posse, no dia 10 deste mês, na Secretaria de Políticas para as Mulheres, a
militante radical do movimento pró-aborto Eleonora Menicucci. Que não perdeu
tempo. Em entrevista concedida no dia 8, amplamente divulgada pela grande
mídia, Eleonora Menicucci defendeu a legalização do aborto. Para tanto alegou
que se trata de uma questão de saúde pública. Ela chegou a afirmar, entre
outras coisas, que o “aborto, como sanitarista, tenho que dizer, é uma questão
de saúde pública, não é uma questão ideológica. Como o crack, as drogas, a
dengue, o HIV, todas as doenças infectocontagiosas”.
Sobre o PT e as declarações da nova ministra da Secretaria de Políticas
para as Mulheres é possível se realizar cinco reflexões.
Primeiro: em 2010, para se eleger, Dilma Rousseff e o PT fizeram um
pacto com a sociedade para não legalizarem o aborto. O problema é que o PT nunca
esqueceu o aborto. Essa prática é uma espécie de obsessão para o PT. O PT quer
legalizar o aborto a qualquer custo, de qualquer forma e utilizando qualquer
pretexto. Uma prova disso é que militantes, líderes, ministros, etc., do
governo do PT vivem falando da necessidade de se legalizar o aborto no Brasil.
Segundo: a nomeação de Eleonora Menicucci para a Secretaria de Políticas
para as Mulheres tem dois significados simbólicos. 1) O PT rompeu com o pacto
social feito em 2010, o qual impedia a legalização do aborto. Agora que chegou
ao poder, o PT, que sempre falou em democracia, está jogando a democracia no
lixo e governando para si mesmo. O PT voltou a fazer manobras para legalizar o
aborto e, com isso, cumprir com o que determinam os seus estatutos. 2) O PT
está tentando, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e, por
conseguinte, do dinheiro do contribuinte, reorganizar e revitalizar o moribundo
movimento pró-aborto.
Terceiro: a declaração na nova secretária é extremamente grave. Se a
secretária realmente estiver correta, então a gravidez é uma doença
infectocontagiosa. Esse tipo de declaração só demonstra como o movimento
pró-aborto é preconceituoso e antiético. Como um partido, como o PT, que se diz
tão ético, pode dar apoio a um movimento tão antiético?
Quarto: diante do argumento que o aborto é uma questão de saúde pública,
é preciso fazer dois sérios esclarecimentos. (1) Como o movimento pró-aborto,
Eleonora Menicucci, o PT e outros defensores do aborto chegaram a essa
conclusão? O problema é que o Brasil não possui um sistema para monitorar os
casos de aborto. Sem contar que as pesquisas que o governo realiza são mantidas
em sigilo de Estado. Há muito tempo o movimento pró-vida tem solicitado que o
Estado disponibilize os resultados das pesquisas realizadas sobre o aborto.
Enfim, que o Estado abra a “caixa preta” do aborto. Mas há graves problemas
nessas pesquisas.
Há pesquisa que aponta que o Brasil tem um milhão de mulheres mortas por
causa do aborto, outra que são 100 mil, outra que é 60 mil. Qual está correta?
É por causa dessa falta de coerência nas pesquisas que o governo e o PT
apresentam que muita gente pensa que tudo não passa de números inventados,
irreais, para tentar enganar a opinião pública e, com isso, legalizar o aborto
de forma fraudulenta. (2) Se realmente, no Brasil, o aborto é um “caso de saúde
pública”, então porque o movimento pró-aborto e o PT não aceitam a criação da
CPI do aborto? Já que estão morrendo um milhão de mulheres por ano por causa do
aborto ilegal, nada melhor do que criar uma CPI, como quer o movimento
pró-vida, para investigar tudo o que existe por trás dessa prática. O problema
é que o PT e seus aliados fazem de tudo para impedir a criação da CPI. Pela
forma que o PT trata a possibilidade de se criar uma CPI para investigar o
aborto, parece que essa prática não é um problema de saúde pública.
Quinto: mais uma vez o PT esqueceu os graves problemas do
sistema de saúde brasileiro. Ele quer legalizar o aborto por puro capricho
ideológico. É algo mais ou menos da seguinte forma: “o manual do partido manda
legalizar o aborto, então temos que legalizá-lo de qualquer forma”. O PT, que
governa o país, faria algo mais sério se cuidasse dos graves problemas do
sistema de saúde brasileiro. Isso sim é um problema de saúde pública.
Por fim, é preciso questionar: diante das graves declarações de Eleonora
Menicucci, que, entre outras coisas, chegou a comparar a gravidez com uma
doença infectocontagiosa, onde está a Secretária de Direitos Humanos? Onde
estão, que nada dizem e nada fazem, as milhares e milhares de ONGs que recebem
verbas públicas para defender os direitos humanos? Afinal o feto e a gravidez
também merecem atenção dos direitos humanos. Onde está o PSDB, partido que
teoricamente é o líder da oposição, que não fez qualquer crítica as declarações
da Sra. Eleonora Menicucci? Onde está Aécio Neves, possível candidato a
presidência pelo PSDB, que não se pronunciou sobre um tema tão grave? Onde está
a oposição (PSDB, DEM, etc.) ao PT, que não se pronunciou sobre as polêmicas
afirmações de Eleonora Menicucci? Onde estão os políticos populistas, que se
dizem cristãos, como é o caso do deputado Gabriel Chalita (PMDB) que levou
Dilma Rousseff para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para ela se
declarar contrária ao aborto, mas que não fazem uma única crítica às
declarações de Eleonora Menicucci?
É preciso refletir sobre tudo isso.
Comentário de Heitor de Paola:
Esta é mais uma excelente contribuição do professor Ivanaldo Santos. Já que ele
faz várias perguntas, certamente espera respostas. Pois lá vão as minhas:
(1) Como médico e não religioso afirmo que o aborto não é um problema de
saúde pública nem privada e não são apenas religiosos que são contra: o aborto
é puro assassinato de um ser humano completo (para sua idade evolutiva).
(2) Qualificá-lo como “problema de saúde pública” e conseguir aprovar
sua prática, significa apenas dar um passo a mais, um “avanço”, rumo ao
estabelecimento de um governo totalitário comuno-fascista em que até os seres
humanos já nascidos poderão, a qualquer momento, ser considerados “problemas de
saúde pública” e eliminados. Os idosos e “doentes” mentais ou com doenças
infecto-contagiosas serão os próximos.
(3) Não houve manifestação da “oposição” porque ela não existe: o PSDB faz
parte do mesmo programa de transformação comuno-fascista e é plenamente
favorável aos planos do PT com pequenas divergências pontuais, e os demais
partidos não existem a não ser para conseguir emprego para apaniguados.
Nota do editor:
Abortos por sucção, feminismo, militância na luta
armada, e outras monstruosidades confessas de Eleonora Menicucci, a “avó do
aborto”, aqui.
Ivanaldo Santos é escritor, filósofo e professor
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Vamos pensar um pouco, Dilma é uma mulher que pensa, ou seja, tem algo naquela cabeça, por isso, devemos fazer uma pressão, uma força para que ela retire a Ministra "Bicho Papão" do poder. A Dilma não tem opinião própria, ela apenas quer ganhar as eleições e se manter no poder, aliás, manter o Lula e o PT no poder.
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