segunda-feira, março 25

IGREJA, UMA MEGACOBERTURA


Escrito por: Carlos Alberto Di Franco

O ESTADO DE S. PAULO - 18/03

Uma megacobertura. Não há outra palavra para definir o volume de informação a respeito da Igreja Católica. A surpreendente renúncia de Bento XVI, os bastidores do conclave, o impacto da eleição do primeiro pontífice da América Latina e a próxima Jornada Mundial da Juventude, encontro do papa Francisco com os jovens, em julho no Rio de Janeiro, puseram a Igreja no foco de todas as pautas.

A cobertura do Vaticano é um case jornalístico que merece uma análise técnica. Algumas patologias, evidentes para quem tem olhos de ver, estiveram presentes em certas matérias da imprensa mundial: engajamento ideológico, escassa especialização e pouco preparo técnico, falta de apuração, reprodução a crítica de declarações não contrastadas com fontes independentes e, sobretudo, a fácil concessão ao jornalismo declaratório.

Poucos, por exemplo, se aprofundaram no verdadeiro sentido da renúncia de Bento XVI e na qualidade de seu legado. O papa emérito, intelectual de grande estatura e homem de uma humildade que desarma, sempre foi julgado com o falso molde de um conservadorismo exacerbado. Mas, de fato, foi o grande promotor da realização do Concilio Vaticano II, o papa que mais avançou no diálogo com o mundo islâmico, o pontífice que empunhou o bisturi e tratou de rasgar o tumor das disputas internas de poder e o câncer dos desvios sexuais.

Sua renúncia, um gesto profético e transgressor, foi um ato moderno e revolucionário. Bento XVI não teve nenhum receio de mostrar ao mundo um papa exausto e sem condições de governar a Igreja num período complicado e difícil. Foi sincero. Até o fim. Ao mesmo tempo, sua renúncia produziu um vendaval na consciência dos cardeais. A decisão, inusual nas plataformas de poder, foi a chave para o início da urgente e necessária reforma da Igreja. O papa emérito, conscientemente afastado das bajulações e vaidades humanas e mergulhado na sua oração, está sendo uma alavanca de renovação da Igreja. Nada disso, no entanto, apareceu na cobertura da mídia. Faltaram profundidade, análise séria, documentação. Ficamos, todos, focados nos boatos, nas intrigas, na ausência de notícia. Falou-se, diariamente, do relatório dos cardeais ao papa emérito denunciando supostos escândalos no Vaticano. Mas ninguém na mídia, rigorosamente ninguém, teve acesso ao documento. Os jornais, no entanto, entraram de cabeça no mundo conspiratório. Suposições, mesmo prováveis, não podem ganhar o status de certeza informativa.

Escrevia-me, recentemente, um excelente jornalista. "Acordei hoje cedo, li os jornais e me perguntei: sou só eu a me indignar muito com a proliferação de "informações" inverificáveis, oriundas de fontes off the record ou de documentos "sigilosos" sobre os quais não há nenhum outro dado que permita verificar sua realidade e consistência? Ninguém se questiona sobre tantos "furos", "obtidos" por jornalistas que escrevem a distância "reportagens" tão nebulosas, redigidas em uma lógica claramente sensacionalista? Ninguém mais se preocupa com a checagem de informações, com a credibilidade das fontes?" Assino embaixo do seu desabafo.

A enxurrada de matérias sobre abuso sexual na Igreja é outro bom exemplo desses desvios. Setores da mídia definiram os abusos com uma expressão claramente equivocada: "pedofilia epidêmica". Poucos jornais fizeram o que deveriam ter feito: a análise objetiva dos fatos. O exame sereno, tecnicamente responsável, mostraria, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que o número de delitos ocorridos é muitíssimo menor entre padres católicos do que em qualquer outra comunidade. O conhecido sociólogo italiano Massimo Introvigne mostrou que, num período de várias décadas, apenas cem sacerdotes foram denunciados e condenados na Itália, enquanto 6 mil professores de Educação Física sofriam condenação pelo mesmo delito. Na Alemanha, desde 1995, existiram 210 mil denúncias de abusos. Dessas 210 mil, 300 estavam ligadas ao clero, menos de 0,2%. Por que só nos ocupamos das 300 denúncias contra a Igreja? Mas e as outras 209 mil? Trata-se, como já afirmei, de um escândalo seletivo.

Claro que alguns representantes da Igreja - padres, bispos e cardeais - têm importante parcela de culpa. Na tentativa de evitar escândalos públicos, esconderam um problema que é inaceitável. Acresce a tudo isso o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica. O novo pontífice precisa enfrentar a batalha da comunicação. E o papa Francisco dá toda a impressão de que está decidido a estabelecer um diálogo direto e produtivo com a imprensa. O desejo de se reunir com os jornalistas na grande sala de audiência Paulo VI foi muito sugestivo.

A Igreja, com sua história bimilenar e precedentes de crises muito piores, é um fenômeno impressionante. E, obviamente, não é um assunto para ser tocado com amadorismo, engajamento ou preconceito. A má qualidade da cobertura da Igreja é, a meu ver, a ponta do iceberg de algo mais grave. Reproduzimos, freqüentemente, o politicamente correto. Não apuramos. Não confrontamos informações de impacto com fontes independentes. Ficamos reféns de grupos que pretendem controlar a agenda pública. Mas o jornalismo de qualidade não pode ficar refém de ninguém: nem da Igreja, nem dos políticos, nem do movimento gay, nem dos fundamentalistas, nem dos ambientalistas, nem dos governos. Devemos, sim, ficar reféns da verdade e dos fatos.

Há espaço, e muito, para o bom jornalismo. Basta cuidar do conteúdo e estabelecer metodologias e processos eficientes de controle de qualidade da informação.

domingo, março 24

O aborto está batendo em nossa porta


Hoje faz 5249 dias que o ex-Ministro José Serra assinou a Norma Técnica do Aborto em 9 de novembro de 1998.

Hoje faz 3021 dias que o ex-Ministro Humberto Costa divulgou mais uma Norma Técnica do Aborto em 15 de dezembro de 2004.

Hoje faz 2922 dias que o presidente Lula sancionou a Lei de Biossegurança, que permite a destruição de embriões humanos, em 24 de março de 2005.

Hoje faz 2761 dias que o Ministro Saraiva Felipe editou a portaria 1508, que oficializou a prática do aborto no SUS, em 1º de setembro de 2005.

Hoje faz 357 dias que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) votou à favor no caso de aborto em caso de má formação embrionária, como Hidrocefalia, Anencefalia, Acefalia etc... em 1º de Abril de 2012.

Infelizmente, apesar de hoje ser um lindo dia de Domingo de Ramos, não tenho boas notícias.

O Conselho Federal de Medicina brasileiro, com a maior cara de pau, emitiu parecer oficial que apóia o aborto. Ele já havia apoiado o aborto anteriormente em casos de:

Violência Sexual (e o culpado é o bebê e não o estuprador, pois quem é condenado a morte é o bebê);

Risco de vida para mãe (se de fato há alguma mãe que coloque sua vida em primeiro lugar, acima da vida de seus filhos, acredito que é melhor mesmo que ela mate seus filhos, pois viver com uma mãe assim deverá ser muito sofrimento – Mesmo assim sou contra);

Má formação atestada por dois médicos (Anencefalia, Síndrome de down, Hidrocefalia ou é claro, dependendo de quanto dinheiro você der para dois médicos dizerem que seu filho é amórfico);

E agora, estão de acordo que se for da vontade da mãe...

Caso a gestante não queira a gravidez (até a 12ª semana de gestação).

Então, com base apenas no “querer” ou “não querer” da mãe, o Conselho Federal de Medicina, está assumindo a responsabilidade e apoiando o ABORTO.

Ora, mas com base no que? Em termos médico o que o “querer” da mãe é anatômico? Ou Fisiológico? Ou Bioquímico?

O Conselho Federal de Medicina, tornou-se um órgão ideológico e se antes poderíamos apenas suspeitar de sua índole, agora então podemos dizer com plenos pulmões que o CFM é IMORAL.

Que Nossa Senhora, a Imperatriz legítima do Brasil, possa nos ajudar a combater e extirpar a praga de ter nas mãos o sangue inocente dos milhões e milhões de filhos abortados no BRASIL.

Caso o Brasil, legalize tal atrocidade legalmente... estarei abrindo mão de ser brasileiro, pois antes não ter nacionalidade do que carregar nos ombros a morte de tantos inocentes.

Fontes:



sábado, março 23

O Pé de mostarda


Foi um dia memorável e de muita expectativa. Esperava que o dia passasse logo, pois ainda estávamos no meio da semana, uma quarta-feira chuvosa e fria. Era 13 de março, véspera do meu trigésimo terceiro aniversário, e dia dedicado à Nossa Senhora, pois todo dia 13 dos meses é dia que Nossa Senhora pediu para ser dedicado à ela... e tenho de confessar, eu estava ansioso. O conclave havia acabado de começar, tinha apenas um dia. A imprensa mundial anunciando o fim da Igreja e tentando mundanizar o conclave, realçando os pecados individuais dos membros do Colégio Cardinalício, e eu ali, lutando internamente para não acreditar. Bento XVI estava sendo acusado de covarde, coisa que sei que nunca foi e nunca será, e meu coração estava assim, inquieto e esperançoso, ao mesmo tempo que ansioso e com medo...

Então, uma mensagem ao celular anuncia uma notícia maravilhosa, minha mãe que nos dizia: “Fumaça branca...” Que alegria, eu sai correndo gritando pelos corredores da casa: FUMAÇA BRANCA... FUMAÇA BRANCA... Bati com muita força o sino de aviso do recanto que vivemos e gritava a plenos pulmões: “HABEMUS PAPAM”.


Foi um momento muito feliz... todas as preocupações haviam desaparecido. O que será da Igreja? Não importa. O que faremos? Não quero saber. Quem será? Não interessa... O Espírito Santo agiu, e escolheu por meio da vontade humana dos Cardeais (o coração da Igreja) alguém que é o Papa, o Sucessor de Pedro, alguém em quem podemos confiar, não como homem, mas como instrumento de Deus, independente de suas falhas... alguém que poderemos deitar sob sua sombra e esperar curas e libertações.

Ligamos a TV e começamos a esperar pra saber quem era. Após muita expectativa e júbilo, emergiu da sacada da Igreja de São Pedro, uma figura desconhecida, com gestos muito conhecidos, porém, nunca vistos vindos daquela janela. Gestos inesperados e que ecoaram no fundo de meu coração... Era o Papa, que assumira para si o nome de Francisco I. Nome de meu santo de devoção mais terno. Nome que me lembra a reconstrução da Igreja e aquele que pregou aos 4 cantos, que “O amor não é amado”.

Chamou-me atenção sua cruz peitoral... Parecia diferente, não era de ouro, de fato, é uma cruz de ferro, uma cruz linda, mas de ferro. Não uma cruz imposta pela pompa de ser Papa, mas assumida tal como é por ser ela um sinal de que ali, não estava apenas um papa, mas sim um discípulo, um apóstolo, um cristão... um Católico. Não apenas em palavras, mas em atitudes. De fato, ali estava um santo padre.

Quando começou a falar, parecia que falava português, pois eu o entendia, mas era o italiano que depois vinha ser traduzido muito mau e porcamente pela TV mundana que transmitia o espetáculo. E num primeiro momento, pude ver nos olhos daquele homem a devoção não por si mesmo, mas pelo símbolo de ser uma ponte, de fato, aquele homem podia dizer, eu conheço tudo deste novo Pontífice, e sua preocupação estava estampada em seus olhos. Que foram sorrindo, aos poucos de dentro pra fora, com a emocionante visão da Praça de São Pedro lotada de ovelhas que aguardavam o pronunciamento do pastor.

E o pastor falou... Que palavras, que força, que gestos... Inclinou sua cabeça e pediu a benção dos fiéis, num gesto inédito e numa resposta unânime de silêncio e oração, milhões de pessoas, e por que não dizer, milhares, pois me incluo, mesmo que apenas assistindo por uma TV. Vi as pessoas ao meu redor, estender a mão para a TV e começarem a interceder por um homem que apenas havia pedido para que rezassem por ele...

Um gesto simples, mas que disse muito. Aliás, Francisco iniciou uma sucessão de gestos simples que deram início a reflexões profundas em meu coração. No dia seguinte, em sua primeira Missa, nos apresentou o sentido da Igreja: “Caminhar, edificar e confessar...”

Caminhar na luz do Senhor. No Evangelho de São João, Jesus nos é apresentado como a luz dos Homens. A luz que nos faz conhecer a nós mesmos, que nos apresenta o próximo e nos revela Deus. Francisco nos exorta a caminharmos na presença do Senhor. Não como fez adão, que se escondeu do Senhor. Devemos caminhar e não parar... quando paramos, ficamos para trás.

Edificar a Igreja, que é a Esposa de Cristo, sobre a Pedra Angular que é o próprio Cristo. Edificar, é construir, é erguer, é portanto, reconstruir, pois de fato, a Igreja já está construída. Mas como São Francisco foi chamado a reconstruir a Igreja, este nosso Francisco quer, assumir para si, e nos ajudar a fazer o mesmo, que é reconstruir a Igreja sobre Cristo. Não apenas a Igreja Universal, mas também as Igrejas Particulares, a Igreja Doméstica, a igreja individual que somos cada um de nós.

Confessar Jesus Cristo. Este Pedro, que conhece bem a vida e a caminhada do cristão, aponta para o modo de viver de cada cristão e portanto de toda a Igreja. Como Pedro, confessou Jesus como o Cristo, assim também nós, devemos confessar Jesus em nossa vida. Devemos ser sinal de Jesus no mundo, caso contrário, seremos qualquer outra coisa, e esta outra coisa, é mundana, demoníaca e pueril... é algo que passa. Ele chega a comparar a Igreja com uma ONG piedosa, caso não confesse a Jesus como Cristo e salvador do mundo.

E desde então é isso que ele tem feito, por meio de seus gestos.

Ao voltar no alojamento onde permaneceu até o fim do conclave, ainda como Cardeal Primaz da Argentina, nos mostra que antes de ser papa, antes de ser pontífice, antes de ser chefe de estado, é um homem que assumiu compromissos. Ele não está assumindo mais um compromisso, sua eleição como papa é a conseqüência lógica de compromissos que ele próprio assumiu a muito tempo, firmado no Batismo, confirmado em seu Crisma, confessado em suas confissões e continuado em suas comunhões. Ele não irá ser cristão, santo, bom, honesto, virtuoso a partir de agora. Ele será aquilo que sempre foi desde sua primeira conversão... Discípulo de Jesus.

O que esperar de um discípulo de Jesus, que não se podia esperar de um papa?

Parece contraditória, mas de fato, ser papa é algo que nem todo discípulo de Jesus é capaz, pois até Bento XVI, era necessário renunciar a muita coisa, coisas estas que poderiam fazer um cristão deixar de ser discípulo. E muitos papas deixaram de ser discípulos e escandalizaram toda a Igreja com suas quedas, pois ao invés de serem o Pedro, rocha firme por estar próximo de Jesus, foram o Simão covarde que nega seu Senhor por estar apenas o assistindo de longe.

Ele cancela a limusine. Ele pede que os argentinos não gastem dinheiro para ir vê-lo, mas que o apliquem à caridade. Recebe os Cardeais de pé e não sentado no trono de Papa que é seu por direito. Surpreende seus colegas ao se deslocar de ônibus junto com eles. E telefona ele mesmo aos seus amigos para agradecer as mensagens de carinho.

Francisco de fato, dá o exemplo e nos garante que, de sua parte, continuará a ser seguidor de Jesus. Continuará a ser Católico. Continuará a ser o que sempre foi, apesar de ser papa.

Depois de assistirmos Bento XVI nos dizer o que fazer, com plena convicção e com plena força, porém, sem a liberdade que tanto desejou, e não alcançou. Vemos este Francisco I, colocar em prática e realizar as obras que até os papas sempre esperavam de si mesmos mas nunca o fizeram por estarem presos a realidade de serem algo para o qual nunca estiveram prontos.

Francisco I começou ainda semente pequena, como um grão de mostarda sendo plantado por ninguém menos que o Beato João Paulo II. Cultivado, regado e podado por um gigante na economia e agricultura Divina, que é Bento XVI, hoje resulta nesta linda e florida árvore, onde todos podemos nos abrigar com a certeza de que é um ramo fixo na vara que é Cristo. Seja bem vindo Francisco.

sábado, março 16

Que diremos depois disto?

Pedro Siqueira com o Terço na mão (Nossa Senhora nos pede para rezar, rezar sempre)

Durante um debate na internet, tive contato com a figura de um autêntico vidente. No inicio, como bom cético e desconfiado, não olhei com bons olhos a ideia de alguém por aí, dizendo que vê anjos, demônios e ainda, que fala e recebe recados de Nossa Senhora. Mas, como todo argumento deve ser pesquisado para se chegar a verdade, iniciei minhas pesquisas e investigações sobre o assunto.

Seguindo o argumento, verifiquei os vídeos e áudios a respeito do assunto, tomei contato com posicionamentos prós e contra e notei uma incrível falta de argumentos contra, ou melhor, os argumentos que se opõem ao autêntico vidente são na verdade, apenas um amontoado de injúrias e calúnias infundadas apenas motivadas pela inveja, ciúme ou apenas pela necessidade pungente de se rejeitar a ideia de um vidente autêntico, pelo simples fato das necessárias implicações e consequências que levaria um ateu ou cético assumir caso fosse verdade. E nossos ateus de hoje, não são como os de antigamente, eles não querem descobrir a verdade, querem apenas “provar” as suas verdades para poderem continuar justificando seu próprio estilo de vida.

Pedro e ao fundo a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Gávea/RJ
Senti em meu íntimo, ou nas palavras de um bom católico, posso dizer que senti no coração de ir ver e conhecer de perto toda esta história, tomamos um avião e fomos passar nossas férias no Brasil, saindo de Moçambique no dia 24/3 e chegando no Brasil dia 25/3. Já no dia 27/3, estávamos nós; minha esposa, minha mãe, algumas pessoas próxima do Grupo de Oração da minha mãe e eu, a caminho da Gávea, para rezarmos o terço com o autêntico vidente.

Assim que chegamos, um repórter da TV Bandeirantes veio me entrevistar, perguntou-me por que eu estava ali, meu nome e minha profissão, um amigo fez algumas fotos. Chegamos no meio da Via Sacra e permanecemos por toda à Santa Missa até o horário de 19:30 que seria o início do Terço.

Pedro e sua esposa
Já na Santa Missa, aconteceu algo que me chamou a atenção. O padre que presidia a celebração, durante a homilia apresentou a história de um casal que estava em processo de beatificação. Até então, nada falava comigo, eu apenas aguardava o término do ritual, para poder conferir o que acontecia durante a oração do terço e por que eu tinha sentido de sair de Moçambique até a Gávea para rezar um Terço.

O padre continuou sua homilia contando a história de vida deste casal, que já haviam sido proclamados como servos de Deus, o que significa que nós católicos já poderíamos rezar pedindo a intercessão deles para que Deus realizasse um milagre por mediação do casal e assim ser dado início ao processo de Beatificação.

E como a história deles me comoveu! Seus nomes são Zélia e Jerônimo. Haviam sido um casal muito católico, fervorosos que faziam questão de tomar a Comunhão com frequência, eram proprietários de terras e de escravos no período do Brasil Império, eles pagavam salário justo aos seus “escravos” (escravos não tem salários), tinham um ambulatório que cuidava dos escravos. Se houvesse um parente de um escravo preso noutra fazenda, eles o compravam e o contratavam. Algo inédito na história do Brasil, cuidadosamente escondido devido às repercussões e implicações deste fato (mas isso é outra história).
Servos de Deus, Jerônimo e Zélia (Cariocas)

A história deste santo casal não parou por aí, tiveram 13 filhos, dos quais, 4 morreram, 3 tornaram-se padres e 6 tornaram-se freiras. Jerônimo, faleceu aos 56 anos, e Zélia após criar os filhos, entregou tudo o que tinha à caridade e se tornou freira, fazendo os votos perpétuos em seu leito de morte, já idosa.

Toda esta história me comoveu, reascendeu em mim, meu sonho de santidade, que minha esposa e eu, sempre tivemos. A cada nova informação sobre Zélia e Jerônimo, minha esposa que estava distante e eu, trocávamos olhares apaixonados. E a Santa Missa chegou ao final.

O autêntico vidente chegou. Iniciamos o Terço, rezávamos os mistérios dolorosos, e como sempre, de um modo único ele conduziu o terço. Já no início da segunda dezena, ele disse que Nossa Senhora estava muito triste, e que o motivo da infelicidade da Rainha do Céu era que o Congresso Federal Brasileiro, estava retornando o debate sobre o aborto e que dentro de pouco tempo, se algo não fosse feito, o aborto seria legalizado no Brasil.

Isso me deixou profundamente triste, a final minha luta e empenho no meu Blog, é exatamente a luta contra o aborto. Então, num gesto de profunda oração, eu disse à Deus: “o que eu posso fazer?! Sendo tão pequeno e não tendo grandes recursos de mídia? Eu tenho apenas um pequeno blog que não tem tão grande alcance assim.” Basicamente foi esta minha oração. Mas rezei ainda por minhas filhas, pelo mundo que elas teriam de enfrentar e que Deus as guardasse.

O vidente continuou o terço, e anunciando as mensagens recebidas de Nossa Senhora, de São Francisco e chegou um momento que ele, disse, algo parecido com isso: “São Jerônimo, está dizendo para Alexandre, que ele é seu predileto, que sua luta está sendo travada e que ele deve perseverar, nas PUBLICAÇÕES que tem feito e que por meio delas muitos estão alcançando a luz, e que é por meio deste trabalho que o mundo poderá ser mudado”.

Imediatamente eu fui rodeado pelos meus “pensamentos” ou tentações de que aquilo não era pra mim, de que isso é algo ridículo, que existe um outro Alexandre no local que também deve fazer PUBLICAÇÕES e que eu não deveria ficar feliz pois isso não aliviaria minha falta de Fé.

Mas, se Deus existe, o diabo também, e estava ali, ao meu lado, azucrinando meu ouvido e como fraco que sou,  eu estava já entregue.

O terço continuou, fizemos uma oração juntos, minha esposa e eu, porém, nenhuma palavra sobre a mensagem ao tal “Alexandre” e nenhuma ponderação sobre isso. Mas após a oração com minha esposa, senti o impulso de solicitar ao repórter que me havia entrevistado, uma cópia das mensagens. Então, ao término do terço, fui falar com o repórter que me atendeu muito bem, e me disse que seria um pouco difícil fazer uma separação do material devido a qualidade da filmagem, e em fim, me perguntou, por que eu queria a mensagem, e se eu achava que a mensagem tinha sido para mim, pois ele já sabia o meu nome. Não sei bem por que, mas eu respondi com uma convicção que eu não tinha, de que eu tinha CERTEZA de que a mensagem havia sido para mim. Ele me pediu para esperar pois eles iriam fazer algumas entrevistas e depois nos falávamos.

Quando saí do tumulto, o repórter me chamou e me entrevistou sobre a mensagem. Perguntou se eu estava emocionado e eu respondi que sim, apesar de não estar muito emocionado e também de estar um pouco confuso com a sequencia de reações “sem pensar” que eu estava tendo. Ao término da entrevista, eu solicitei ao repórter seu e-mail e se era possível que eu tivesse o material e mais uma vez, ele foi muito educado, me disse que seria difícil, mas que ele veria o que poderia fazer.

Me despedi. E por educação, eu lhe perguntei o seu nome, e ele, me entregando nas mãos o seu endereço eletrônico, me disse que seu nome era ALEXANDRE. Pronto... concluí que ele era o Alexandre, que eu não poderia saber que estava ali e que muito menos era repórter e que fazia publicações. O “tiro do azucrinador” aos meus ouvidos, parece que saiu pela culatra, pois eu, um ATEU convicto, desejoso de ter um dia alguma fé, mesmo sem motivos, agora, tem alguns motivos de parar de acreditar na tentação e passar a combatê-la com mais entusiasmo e acreditar finalmente que Deus, tem um plano para minha vida.
Obrigado a Nossa Senhora, por ter escutado a oração fajuta de um Ateu Católico e ter me respondido em socorro a uma fé frágil, porém firme de que Deus não só existe, mas que está atuante em favor da Humanidade.

1o. Livro de Pedro Siqueira
2o. Livro de Pedro Siqueira


















Ambos são recomendados.


“Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31)