Por
estes dias, em um debate, topei com uma figura, que já se tornou mais comum que
vento quando chove. Um rapaz, de palavras “cultas” dizendo o quanto a Igreja
Católica matou, roubou e enganou o mundo com sua perversidade e traição ao
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Suas
palavras eram duras, mas revelavam a fraqueza de sempre, pois assim como o
insensato que destila seu conhecimento filosófico, citando os filósofos e não
suas filosofias, o mesmo fazia meu intrépido interlocutor, citando datas, e
nomes de imperadores romanos que se “converteram” ou ainda os anos em que
aconteceram tais e tais fatos.
Porém,
quando argumentamos não apenas pela história conhecida, mas pela lógica
estabelecida, o mesmo se arrojava em encontrar adjetivos à minha pessoa como
uma cartomante eletrônica que me conhece melhor que eu, apenas ao olhar um nome
fictício numa tela de computador.
O
pior de todo este embaraço, é que meu caro oponente se arrogava o direito de
católico sendo ele próprio o defensor da Fé, que ao mesmo tempo e
sistematicamente se empenhava em provar que não só estava enganada, mas como
também era perversa.
Em
nome de um “espírito crítico” para não passar entre os amigos como fideista
condenado à ignorância, meu aguçado bandeirante da fé, repetia como um
instrumento quebrado que apenas sabe tocar uma única nota, como se fosse
proibido apenas tomar o conhecimento de outro ponto de vista, e por seus olhos
o maior pecado estava eu a cometer, ao lhe indicar bibliografias, que apenas
por apresentar conceitos e fatos diferentes, do que o que ele estava
acostumado, não seriam dignas nem mesmo de serem mencionadas.
Em
resumo, nossa época bem poderia chamar-se modernismo, pois a época dos
pensantes, a começar por mim já se extinguiu. Hoje não é proibido pensar, mas é
proibido apresentar a uma pessoa, qualquer conhecimento oposto aos que constam
em suas bibliotecas cerebrais com tanto espaço vazio e tão pouco conteúdo
diversificado.
Se
eu fosse desconfiado, seria imparcial na escolha das fontes de uma informação
para a construção de uma visão crítica a respeito de um todo. Se eu nunca
tivesse sido católico, perguntaria ao protestantes o que é o catolicismo?
Perguntaria aos marxistas o que é a Igreja? Perguntaria aos apostatas a razão de
sua fé? Claro que sim. O ponto de vista desta gente me conduzirá a uma visão
crítica da Igreja.
Mas
após o conhecimento destes “achares”, poderia eu resumir meu conhecimento e
gritar ao mundo que ele é completo? Claro que não, preciso eu agora tomar parte
daquele que de fato são os fieis depositários e modelos do que a própria Igreja
aponta como faróis de conduta e catolicidade. E para ser justo, comigo mesmo,
procuraria o padre mais fiel, o livro mais católico e as fontes mais divulgadas
entre os romanistas, para ter um contrapeso.
Após
uma análise destes dois lados, poderia eu agora sim, fazer crescer em sabedoria
e escolher não só em que acreditar, mas também por que fazê-lo. Porém, a
desconfiança dos desconfiados é o que lhes paralisa o cérebro e por medo de
fideismo religioso assumem o fideismo racional, mais parecido com teimosia de
mulas empedernidas que agarram na primeira tentativa de mudar de direção.
Infelizmente
para estas mentes, aqueles que olham para os dois lados, antes de atravessar
uma rua com muitos carros, estão errados por lhes sugerir que façam o mesmo,
pelo simples fato de não estarem de acordo com o fato de que, os carros que vem
pela direita e pela esquerda, são tão reais quanto o próprio chão em que estão
pisando. E para não passarem por ignorantes se fazem ignorantes num concurso de
ignorâncias plenas e não saberes absolutos. Hoje a desconfiança é a genitora da
ignorância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem