Nosso
tempo tornou-se muito especificado e o conhecimento técnico - científico sobre
a realidade física, material, natural, biológica, mecânica etc... nos
possibilitou uma progressão tecnológica que muitas vezes somente foi possível
nos sonhos dos seres humanos, porém, hoje é uma realidade.
A
realidade das tecnologias eletrônicas e a multidisciplinaridade das
especializações e seus respectivos intercâmbios como a informática e a
medicina, a arquitetura e a biologia ou ainda a sociologia com a matemática,
abriram uma janela para o ser humano que não pode mais ser fechada. Porém tudo
o que temos hoje, nesta situação são construtos feitos pelo Homem e para o
Homem.
Tudo
o que foi criado pelo Homem, pode ou não ser usado para o bem, porém, de modo
geral, temos tido mais benefícios que malefícios à maioria dos indivíduos, e
isto é um fato. Porém, um fato que nos leva a acreditar que nós, seres humanos,
somos capazes de criar tudo, de construir tudo e de questionar e indagar a
tudo.
Tal
realidade e condição do Ser humano geram hoje mentalidades que não somente são
danosas no sentido técnico, pois corta a conexão com a raiz de todo este
desenvolvimento, o que pode prejudicar o seu avanço, mas também, no sentido do
modo de vida e visão de mundo e suas conseqüências nos indivíduos para com os
outros indivíduos, e para consigo mesmo.
Hoje,
por saber construir e criar um “universo” de coisas materiais, tecnológicas e
físicas, acreditamos que somos capazes também de construir “universos” mentais,
psicológicos e metafísicos, onde a verdade pode ser construída e não concluída
e observada.
A
práxis da humanidade é não mais conhecer a verdade, mas construí-la de tal
modo, que ela se adéqüe àquilo que “eu” quero, ou melhor, que eu não seja
incomodado. Sendo assim, é comum ouvirmos as sentenças: “Isso é verdade para
você, mas não é para mim”. Este tipo de mentalidade não só é errada, do ponto
de vista da realidade, como também gera uma realidade relativista e nada
consensual, que poderá fazer ruir, tudo o que fomos capazes de construir com
base nas verdades conhecidas e hoje tão sublimadas e reprimidas.
Se
a verdade, é relativa ao ponto de vista, então não existe mais padrão para
nada. Tudo irá sempre depender de meu gosto, minha opinião, minha percepção e
até minha conivência. Mas ao afirmar que a Verdade não existe e ela é relativa,
cria-se um Dogma. Um dogma ilógico e impreciso, pois ao afirmar que não há
verdade, quem assim procede, está afirmando uma verdade. Ora, se não existe
verdade, tal afirmação também não é verdadeira. Por isso, a lógica irá apontar
no sentido oposto, pois a verdade não só existe como é absoluta e nunca
relativa.
Mas
ao tentar construir a verdade, o Ser Humano, destrói em si mesmo, as estruturas
do sentido da vida. Pois se a verdade será quilo que eu sou capaz de construir,
e me vejo como um ser finito e falho como posso, então ser capaz de criar algo
que seja verdadeiro, se minha visão é tão limitada?
Esta
é uma pergunta que nossa cultura relativista, resolveu não pensar, não
questionar. Hoje se fala tanto que devemos ser “questionadores”. Sim, devemos
ser questionadores, devemos questionar a todos e a tudo, toda verdade não pode
ser obedecida se não for questionada, porém nossa sociedade para na pergunta e
não quer ouvir a resposta.
Um
jovem alimentado pela mídia estimuladora da genitalidade, com fins consumistas,
diz que, os padrões morais devem ser questionados, e com base nesta afirmação,
ele vive sua vida fora da castidade e da realidade de seus sentimentos,
obedecendo apenas aos impulsos. Porém, ele não só, não questiona tais impulsos
e a fonte de sua formação, que é a mídia, como também não espera e não quer
ouvir a resposta ao seu questionamento dos “padrões morais”.
Por
exemplo, é comum ouvirmos: “Por que esperar o casamento para ter relações
sexuais?” Isto é um questionamento, que todos devemos fazer, porém, a
desonestidade ou incapacidade intelectual de nossa sociedade é tão grande, que
não espera pela resposta e pratica aquilo sem nem mesmo saber por que. Pois não
fazem o questionamento contrário: “Por que não esperar o casamento para
ter relações sexuais?”
Hoje,
a mentalidade para na dúvida e no questionamento. Por que devo obedecer meus
pais? Por que devo ser fiel? Por que devo freqüentar a Igreja? Por que isso,
por que aquilo? Mas não devemos ser apenas questionadores, devemos ser também
“respondedores”. Do que adianta a pergunta se não se espera a resposta?
Imagine
se um menino, escuta a mãe dizer: “Não entre na água!”. Mas, como é um
questionador, então, ele questiona: “Por que não devo entrar na água?”. E sem
esperar a resposta, ele parte para a água e num grande mergulho, descobre que a
água estava suja, ou repleta de tubarões e acaba descobrindo a verdade, mas de
maneira completamente desnecessária, pois agora, ele conhece a verdade, mas não
esperou para conhecer e evitar as conseqüências de acreditar na “verdade para
ele mesmo”.
Muitos
hoje vivem assim: “Por que esperar o casamento?” e se lançam em relações
sexuais que somente lhe farão se sentir o quanto “coisa” é, e não pessoa.
Passam a se perguntar, por que não são felizes, passam a evitar ficarem
sozinhos, passam a usar drogas para apagar a consciência e a visão da
realidade, passam a viver numa verdade construída por eles mesmos, se abstendo
da realidade e vivendo as conseqüências desta escolha, se refugiando no mundo
virtual da Internet, dos sites de relacionamento e na vida dupla. Tudo porque
não querem esperar pela resposta.
Você
deve esperar o casamento, por que você não é apenas seu órgão genital. Você é
também sentimentos, pensamentos, sonhos, alma e espírito. Quando você se deita
com uma pessoa na cama, e faz sexo com ela, este ato de “EXTREMA INTIMIDADE”
não corresponde à realidade. Pois apesar de ser possível ser íntimo na cama,
não é possível ser íntimo no “intimo” com tanta velocidade. Ou seja, você
oferece ao outro seu pênis, sua vagina, mas não dá o coração. E esta
incoerência entre sua ação e sua alma, seu íntimo, seus sentimentos, provoca a
desconfiança e a insegurança e a conseqüente, infelicidade.
Muitas
pessoas hoje, não querem ter um parceiro fixo, por quê? Simples, pois não
confiam em mais ninguém. Não são capazes de dar o coração, pois elas mesmas são
as primeiras a magoar seus corações ao mentir para ele constantemente, dizendo,
não com palavras: “Olha coração, você não é importante, o que importa é o
prazer sexual, então, diminua para que meu apetite sexual possa crescer.”
Há
outros ainda que até experimentam se entregar a um relacionamento que pode se
arrastar por anos, mas que, quando vivido sem compromisso, e com genitalidade,
gera novamente a mentira de dizer com o corpo, “Sou todo teu”, mas ao final do
“todo teu” eu levanto, depois de ter gozado e vou embora, pois na verdade não
sou todo teu. Eu apenas te usei e me deixei ser usado.
Por
que esperar pelo casamento? Simples, pois você não será feliz e morrerá
tentando negar esta realidade. Ou seja, se as pessoas esperassem pela resposta,
não estariam vivendo exatamente o que a resposta lhes pouparia. E negam
constantemente a máxima de Platão: “Verdade conhecida é verdade obedecida”.
Para não precisar obedecer, as pessoas até questionam, mas não querem ouvir a
resposta.
Não
tenhamos a pretensão de achar que a verdade pode ser construída. Se você
construiu uma verdade para você, destrua-a, pois logicamente que ela não é a
verdade. A verdade liberta. A verdade é que gera a verdadeira liberdade.
Uma
pessoa sóbria é livre para escolher beber ou não, e um alcoólatra, é livre para
fazer a mesma escolha? Um casto é livre para não ser casto, mas e um viciado
sexual, é livre para ser casto? A grande diferença da virtude e do vício é
esta. A virtude, nunca é um vício, mas sim um esforço da vontade humana. Já o
vício, é uma preguiça e um relaxamento da vontade, que até questiona, mas não
espera a resposta para poder exercer sua liberdade.
Você
é livre para se entregar à sua “homoafetividade”, mas depois de fazê-lo, você
poderá simplesmente não se entregar mais?
Você
é livre para usar seus primeiros gramas de cocaína, ou fumar seu primeiro cigarro
de maconha ou usar seu primeiro comprimido de Ecstasy, mas depois de fazê-lo,
você poderá simplesmente não usar mais?
Você
é livre para se entregar sexualmente a outra pessoa, mas depois de fazer isso,
você poderá simplesmente não se entregar mais?
Você
irá me dizer... Claro que sim. Eu posso parar a hora que quiser, posso não
querer transar ou usar nenhuma droga na hora que eu quiser. Se isso é verdade,
você é diferente do resto do mundo, que hoje não tem mais a liberdade.
Homossexuais dizer ser impossível não praticarem os atos homossexuais. Drogados
encontram grande dificuldade para parar de usar drogas e a grande maioria,
infelizmente não consegue, e morre “tentando”. Inúmeras pessoas que
experimentam o sexo e a “liberdade” sexual tornam-se tão viciados que já não
conseguem ser fieis aos seus casamentos e namoros, e nem mesmo conseguem parar
de se masturbar e se estimular sexualmente.
Agora
eu pergunto: É isso a Liberdade? É isso a verdade?
Se
você é livre, então prove! Abstenha-se de qualquer relacionamento sexual por 21
dias? Abstenha-se de qualquer tipo de drogas por 21 dias? Abstenha-se de
assistir a TV por 21 dias? Se você conseguir isso, não o declararei livre, mas
com certeza, você estará provando para si mesmo, o quanto é difícil não se entregar
àquilo que chamamos de vícios.
Não
construa uma verdade para você. Questione, mas espere pela resposta. Questione
a resposta, mas continue esperando pela próxima resposta. Não haja por impulso,
não seja moderno, fazendo apenas o que os outros fazem, faça sim, mas que este
fazer seja sempre uma escolha, e que a Verdade da resposta seja sempre o
objetivo e o sentido do fazer. Seja livre para, continuar sendo livre.
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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem