Nestes
últimos tempos, temos sido testemunhas da grave falta de unidade entre os
cristãos. É bem verdade, sim que a Igreja é Una, mas é bem verdade que seus
membros se “soltam” com freqüência desta realidade profetizada e desejada por
Jesus.
Mas,
apesar de tudo, também é lindo perceber o poder da unidade. Quando em vias de
legalização da opressão religiosa no Brasil com a PL122, com a união dos
cristãos aqueles que nos oprimiam, deram passos largos para trás.
Imagine
agora, se esta unidade, além de física, fosse ainda uma unidade institucional?
Não nego que existam diferenças doutrinárias entre os cristãos de muitas
denominações e não nego a gravidade das diferenças doutrinárias, diferenças
estas que a um olhar pouco aprofundado, bem poderiam parecer um desatino
lingüístico de jogo de palavras, porém, aos que olham com profundidade, mais
profundidade ainda dos que os que estão submersos nas reais dimensões das
divergências, poderá constatar, para sua alegria, que todos, no fundo estão de
acordo com o zelo à mensagem de Cristo.
Protestantes
brigam com Católicos, por que tem, em seu coração, um respeito e zelo às
verdades reveladas pelo Único Cristo de todos, Jesus. Católicos acusam
protestantes, por no fundo, estarem defendendo as mesmas realidades defendidas
pelos protestantes. E em muito os protestantes se assemelham aos católicos e
vice-versa.
Recentemente
a Santa Sé, sobre a tutela do sucessor de Pedro, nosso amado Papa Bento XVI,
liberou a “Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação”. Tal declaração é
de suma importância, pois a “Doutrina da Justificação” é o que de fato serviu
de rompimento para aquilo que ficou conhecida como a Reforma Protestante.
A
questão é como seremos salvos: “Pela fé, ou pelas obras”. O protestantismo
radical, afirma categoricamente, que será pela fé, que seremos salvos, porém a
Igreja Católica de 2000 anos, afirma, assim como a própria Sagrada Escritura,
que “a Fé, sem obras é morta” (Tg 2,26). Mas hoje, a questão é maior e aqueles que tinham
seus pecados como ponto de divisão no passado, já não estão entre nós, o que
pode nos garantir um debate lúcido sobre o assunto.
Pois
ambas as proposições estão corretas, mas parecem contraditórias. Então, entra
em campo o importante trabalho teológico de compreender e explicar as hipóteses
de tal expressão de unidade. Sendo assim primeiro é importante perguntar: “Se é
verdade que seremos salvos pela Fé, que Fé é essa em qual devemos crer?” e “se
a Fé, de fato sem obras é morta, que Fé é essa que morta é capaz de nos impedir
de sermos salvos?”
São
perguntas pertinentes, pois de fato a resposta é apenas uma: JESUS CRISTO.
Façamos
o exercício de substituir, a palavra Fé, pelo nome de Nosso Senhor Jesus
Cristo, então temos:
. 1. Seremos
Salvos pela Fé = Seremos Salvos pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
2. A
Fé sem obras é morta = Nosso Senhor Jesus Cristo sem obras é morto.
Na
primeira, podemos ver a declaração do fato importantíssimo que sem Jesus (Fé em
Jesus) não se alcança a salvação dos crentes, na segunda podemos ver que as
obras de Jesus é que revelam que de fato Ele é o Cristo. Aliás, foi exatamente
pelas obras de Jesus que São João Batista reconhece que Ele é o Cristo. Pois
envia seus discípulos à Ele para perguntar, se Ele era o Cristo, ou deveríamos
esperar por outro, e a resposta de Jesus, é bem clara, ele não afirma ser Ele o
Cristo, mas ele remete aos discípulos de João, suas obras: “Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido” (Lc 7, 18-22).
Nossa
justificação, então, é expressa na união da palavra de Jesus. Tudo o que está
fora disso, não é Católico e nem é Protestante. É apenas heresia e pecado.
Protestantes
e católicos, hoje, pelos costumes e tradição, talvez não freqüentem as mesmas
Igrejas, mas de fato, são partes do mesmo corpo. Que é a Igreja de Cristo.
Rezemos
para que nós não sejamos nunca empecilho para a unidade da Igreja de Cristo. A
Igreja é o Próprio Cristo, os protestantes de hoje, são católicos, mais
católicos até que muitos dos que se dizem católicos, pois há muitos católicos que são protestantes e mais protestantes que o próprio Lutero. Temos apenas que ficar
felizes, pois não é a carne que nos une, mas é o Corpo de Cristo que nos torna
únicos.
A
próxima vez que você, que é Católico, se encontrar com um protestante, deixe o
preconceito das imagens e ídolos de lado e debata com sele sobre a doutrina da
justificação que é de fato o principal de nossa fé. Você verá nele, um
conhecimento profundo daquilo que você também crê.
Não
estou negando que existam diferenças, mas estou afirmando que no essencial,
somos não apenas semelhantes como também únicos e unos.
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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem