quinta-feira, outubro 4

Católicos x Protestantes (A doutrina da Justificação)


Nestes últimos tempos, temos sido testemunhas da grave falta de unidade entre os cristãos. É bem verdade, sim que a Igreja é Una, mas é bem verdade que seus membros se “soltam” com freqüência desta realidade profetizada e desejada por Jesus.

Mas, apesar de tudo, também é lindo perceber o poder da unidade. Quando em vias de legalização da opressão religiosa no Brasil com a PL122, com a união dos cristãos aqueles que nos oprimiam, deram passos largos para trás.

Imagine agora, se esta unidade, além de física, fosse ainda uma unidade institucional? Não nego que existam diferenças doutrinárias entre os cristãos de muitas denominações e não nego a gravidade das diferenças doutrinárias, diferenças estas que a um olhar pouco aprofundado, bem poderiam parecer um desatino lingüístico de jogo de palavras, porém, aos que olham com profundidade, mais profundidade ainda dos que os que estão submersos nas reais dimensões das divergências, poderá constatar, para sua alegria, que todos, no fundo estão de acordo com o zelo à mensagem de Cristo.

Protestantes brigam com Católicos, por que tem, em seu coração, um respeito e zelo às verdades reveladas pelo Único Cristo de todos, Jesus. Católicos acusam protestantes, por no fundo, estarem defendendo as mesmas realidades defendidas pelos protestantes. E em muito os protestantes se assemelham aos católicos e vice-versa.

Recentemente a Santa Sé, sobre a tutela do sucessor de Pedro, nosso amado Papa Bento XVI, liberou a “Declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação”. Tal declaração é de suma importância, pois a “Doutrina da Justificação” é o que de fato serviu de rompimento para aquilo que ficou conhecida como a Reforma Protestante.

A questão é como seremos salvos: “Pela fé, ou pelas obras”. O protestantismo radical, afirma categoricamente, que será pela fé, que seremos salvos, porém a Igreja Católica de 2000 anos, afirma, assim como a própria Sagrada Escritura, que “a Fé, sem obras é morta” (Tg 2,26). Mas hoje, a questão é maior e aqueles que tinham seus pecados como ponto de divisão no passado, já não estão entre nós, o que pode nos garantir um debate lúcido sobre o assunto.

Pois ambas as proposições estão corretas, mas parecem contraditórias. Então, entra em campo o importante trabalho teológico de compreender e explicar as hipóteses de tal expressão de unidade. Sendo assim primeiro é importante perguntar: “Se é verdade que seremos salvos pela Fé, que Fé é essa em qual devemos crer?” e “se a Fé, de fato sem obras é morta, que Fé é essa que morta é capaz de nos impedir de sermos salvos?”

São perguntas pertinentes, pois de fato a resposta é apenas uma: JESUS CRISTO.

Façamos o exercício de substituir, a palavra Fé, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, então temos:

.         1. Seremos Salvos pela Fé = Seremos Salvos pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.

     2. A Fé sem obras é morta = Nosso Senhor Jesus Cristo sem obras é morto.

Na primeira, podemos ver a declaração do fato importantíssimo que sem Jesus (Fé em Jesus) não se alcança a salvação dos crentes, na segunda podemos ver que as obras de Jesus é que revelam que de fato Ele é o Cristo. Aliás, foi exatamente pelas obras de Jesus que São João Batista reconhece que Ele é o Cristo. Pois envia seus discípulos à Ele para perguntar, se Ele era o Cristo, ou deveríamos esperar por outro, e a resposta de Jesus, é bem clara, ele não afirma ser Ele o Cristo, mas ele remete aos discípulos de João, suas obras: “Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido” (Lc 7, 18-22).

Nossa justificação, então, é expressa na união da palavra de Jesus. Tudo o que está fora disso, não é Católico e nem é Protestante. É apenas heresia e pecado.

Protestantes e católicos, hoje, pelos costumes e tradição, talvez não freqüentem as mesmas Igrejas, mas de fato, são partes do mesmo corpo. Que é a Igreja de Cristo.

Rezemos para que nós não sejamos nunca empecilho para a unidade da Igreja de Cristo. A Igreja é o Próprio Cristo, os protestantes de hoje, são católicos, mais católicos até que muitos dos que se dizem católicos, pois há muitos católicos que são protestantes e mais protestantes que o próprio Lutero. Temos apenas que ficar felizes, pois não é a carne que nos une, mas é o Corpo de Cristo que nos torna únicos.

A próxima vez que você, que é Católico, se encontrar com um protestante, deixe o preconceito das imagens e ídolos de lado e debata com sele sobre a doutrina da justificação que é de fato o principal de nossa fé. Você verá nele, um conhecimento profundo daquilo que você também crê.

Não estou negando que existam diferenças, mas estou afirmando que no essencial, somos não apenas semelhantes como também únicos e unos.

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