Como
já contei no 1º e 2º Testemunho, sobre a comunidade de vida em que vivi por
três anos com minha família, que também é uma comunidade terapêutica fundada
por um padre muito querido e famoso no Brasil, que se destacou por uma pregação
bem humorada e faleceu em 2007 vitima do câncer, dando um testemunho
maravilhoso seguindo na radicalidade o versículo “Buscai as coisas do alto” (Cl 3,1).
No
primeiro testemunho, tentei expor o maior problema da comunidade, e no segundo
o caminho que ela está tomando deixando de ser uma comunidade religiosa, que
busca a restauração das pessoas, e também dos dependentes químicos, e se
tornando uma instituição sem alma que busca somente o interesse de quem está à
frente.
E
agora, é importante dizer, que o fundador da comunidade, assim como todo homem
santo e profeta, carrega em si e em seu modo de vida, a profecia e o anúncio
que recebeu de Deus, e assim como em Jesus, quem O olhava, quem estava com Ele
e quem O conhecia, já estava em contato com a Palavra de Deus. O mesmo acontece
com os santos, quem os conhece e os vê, já está diante da profecia que Deus
quer lhe anunciar.
Ora,
se isso é verdade, e já sabemos que é, quem sabe destas coisas, terá uma
importante tarefa, que poderá salvar a sua alma, que é a tarefa de imitar o
santo que conheceu. Infelizmente o atual presidente gosta de repetir, que “não
pretende ser um novo ‘fundador’” e que ele não é “igual” ao fundador. Diz isso,
para que não o cobrem tal testemunho.
Agora,
você imagina se, em tal tentação caíssem os apóstolos e se eles dissessem “Não
somos Jesus e não pretendemos ser um novo Jesus”, “Uma coisa é a vida de Jesus,
e outra coisa é a Igreja” ou ainda “não pretendemos ser iguais a Jesus”.
Pelo
que nos consta, sabemos que Jesus é o modelo da Igreja (Ele é a própria Igreja),
e que o fundador de uma comunidade, é o modelo da comunidade, Jesus viveu
naquele homem, logo se o imitarmos, pois, é bem mais fácil imitar o fundador do
que Jesus, estaremos caminhando na direção certa, rumo à nossa salvação.
Então,
o mais correto, seria que o atual “prefeito” da comunidade, o suposto sucessor,
morresse para si mesmo, na tentativa de ser igual em tudo ao fundador, e
consequentemente, Deus confirmaria o seu ministério, lhe dando, é claro, a exclusividade
de sua própria vida e do seu jeito de pensar e agir.
Ele
seria um novo “fundador”, e com sua própria maneira de ser. Porém, infelizmente
na vã tentativa de se auto afirmar, ele não só não imita o fundador, como ainda
denigre a sua imagem ao dizer que “há coisas que são do fundador e outra coisa
que é o carisma”, demonstrando assim que “só ele” (o prefeito) sabe (por que
julga ter tal clarividência) o que é o carisma, como se o próprio fundador
desconhecesse o carisma.
Outra
consequência disso, é que ao invés de termos consagrados que imitem o fundador,
temos “supostos consagrados” que imitam o prefeito, e são repetidores do
pensamento defeituoso e mesquinho do prefeito. Que colocam seus interessem em
primeiro lugar e que não se dedicam à vida com Deus, no irmão, assim como o
prefeito faz.
Se
o prefeito deixasse de ser “prefeito” e lutasse dia e noite por exigir de si
mesmo o compromisso que o fundador tinha, mesmo que ele nunca conseguisse, o
Senhor, confirmaria sua obra e a obra do fundador, a comunidade, estaria de
fato crescendo e não apenas fingindo que está, em encenações que atraem
pessoas, mas que espantam a vontade de Deus.
Um
exemplo disso é na “grande comemoração” de aniversário da comunidade, em que se
celebrou a renovação dos “votos” de inúmeras pessoas que já haviam dito que não
os renovariam, pessoas que não tinham condição nenhuma de renovar os votos,
pois estão em situação irregular diante até mesmo dos sacramentos.
Não
estou condenando ninguém, basta que o prefeito se converta e imite o fundador,
e todos irão segui-lo. Quanto aos irregulares, que regulem a vida e ingressem
no compromisso que o fundador tinha com a obra e testemunhou isso até o último
suspiro, e não imitem o descompromisso do prefeito.
Esta
obra é de Deus. Não será o descompromisso do prefeito ou a negligência dos que
são próximos à ele que irá destruí-la. Na verdade, o que é de Deus, permanece e
o que é do homem ou muda ou morre.
Que
o Senhor Jesus, nos dê a graça da conversão e que, neste advento, Jesus traga
um novo ânimo à nossa comunidade e que os inúmeros “prefeitos” se convertam em
novos fundadores, cunhados à partir dos moldes que Tu, Senhor, formou o
fundador, e que a sociedade ao olhar para a comunidade, vejam, de verdade, e
não apenas de maneira superficial e vã, como agora, que cada consagrado, padre
e acolhido, trás em si, traços da personalidade do fundador, tão fortes que até
sejam capazes de exprimir: “Já não são eles que vivem, mas o fundador que vive
neles.” Por intercessão de Maria, Mãe da Igreja e por Jesus Cristo nosso
Senhor. Amém.
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