quarta-feira, dezembro 2

3º. Testemunho – Imitação do Cristo

Como já contei no 1º e 2º Testemunho, sobre a comunidade de vida em que vivi por três anos com minha família, que também é uma comunidade terapêutica fundada por um padre muito querido e famoso no Brasil, que se destacou por uma pregação bem humorada e faleceu em 2007 vitima do câncer, dando um testemunho maravilhoso seguindo na radicalidade o versículo “Buscai as coisas do alto” (Cl 3,1).

No primeiro testemunho, tentei expor o maior problema da comunidade, e no segundo o caminho que ela está tomando deixando de ser uma comunidade religiosa, que busca a restauração das pessoas, e também dos dependentes químicos, e se tornando uma instituição sem alma que busca somente o interesse de quem está à frente.

E agora, é importante dizer, que o fundador da comunidade, assim como todo homem santo e profeta, carrega em si e em seu modo de vida, a profecia e o anúncio que recebeu de Deus, e assim como em Jesus, quem O olhava, quem estava com Ele e quem O conhecia, já estava em contato com a Palavra de Deus. O mesmo acontece com os santos, quem os conhece e os vê, já está diante da profecia que Deus quer lhe anunciar.

Ora, se isso é verdade, e já sabemos que é, quem sabe destas coisas, terá uma importante tarefa, que poderá salvar a sua alma, que é a tarefa de imitar o santo que conheceu. Infelizmente o atual presidente gosta de repetir, que “não pretende ser um novo ‘fundador’” e que ele não é “igual” ao fundador. Diz isso, para que não o cobrem tal testemunho.

Agora, você imagina se, em tal tentação caíssem os apóstolos e se eles dissessem “Não somos Jesus e não pretendemos ser um novo Jesus”, “Uma coisa é a vida de Jesus, e outra coisa é a Igreja” ou ainda “não pretendemos ser iguais a Jesus”.

Pelo que nos consta, sabemos que Jesus é o modelo da Igreja (Ele é a própria Igreja), e que o fundador de uma comunidade, é o modelo da comunidade, Jesus viveu naquele homem, logo se o imitarmos, pois, é bem mais fácil imitar o fundador do que Jesus, estaremos caminhando na direção certa, rumo à nossa salvação.

Então, o mais correto, seria que o atual “prefeito” da comunidade, o suposto sucessor, morresse para si mesmo, na tentativa de ser igual em tudo ao fundador, e consequentemente, Deus confirmaria o seu ministério, lhe dando, é claro, a exclusividade de sua própria vida e do seu jeito de pensar e agir.

Ele seria um novo “fundador”, e com sua própria maneira de ser. Porém, infelizmente na vã tentativa de se auto afirmar, ele não só não imita o fundador, como ainda denigre a sua imagem ao dizer que “há coisas que são do fundador e outra coisa que é o carisma”, demonstrando assim que “só ele” (o prefeito) sabe (por que julga ter tal clarividência) o que é o carisma, como se o próprio fundador desconhecesse o carisma.

Outra consequência disso, é que ao invés de termos consagrados que imitem o fundador, temos “supostos consagrados” que imitam o prefeito, e são repetidores do pensamento defeituoso e mesquinho do prefeito. Que colocam seus interessem em primeiro lugar e que não se dedicam à vida com Deus, no irmão, assim como o prefeito faz.

Se o prefeito deixasse de ser “prefeito” e lutasse dia e noite por exigir de si mesmo o compromisso que o fundador tinha, mesmo que ele nunca conseguisse, o Senhor, confirmaria sua obra e a obra do fundador, a comunidade, estaria de fato crescendo e não apenas fingindo que está, em encenações que atraem pessoas, mas que espantam a vontade de Deus.

Um exemplo disso é na “grande comemoração” de aniversário da comunidade, em que se celebrou a renovação dos “votos” de inúmeras pessoas que já haviam dito que não os renovariam, pessoas que não tinham condição nenhuma de renovar os votos, pois estão em situação irregular diante até mesmo dos sacramentos.

Não estou condenando ninguém, basta que o prefeito se converta e imite o fundador, e todos irão segui-lo. Quanto aos irregulares, que regulem a vida e ingressem no compromisso que o fundador tinha com a obra e testemunhou isso até o último suspiro, e não imitem o descompromisso do prefeito.

Esta obra é de Deus. Não será o descompromisso do prefeito ou a negligência dos que são próximos à ele que irá destruí-la. Na verdade, o que é de Deus, permanece e o que é do homem ou muda ou morre.


Que o Senhor Jesus, nos dê a graça da conversão e que, neste advento, Jesus traga um novo ânimo à nossa comunidade e que os inúmeros “prefeitos” se convertam em novos fundadores, cunhados à partir dos moldes que Tu, Senhor, formou o fundador, e que a sociedade ao olhar para a comunidade, vejam, de verdade, e não apenas de maneira superficial e vã, como agora, que cada consagrado, padre e acolhido, trás em si, traços da personalidade do fundador, tão fortes que até sejam capazes de exprimir: “Já não são eles que vivem, mas o fundador que vive neles.” Por intercessão de Maria, Mãe da Igreja e por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

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