terça-feira, setembro 4

A Teologia da Libertação por dentro


Eu me lembro quando era criança, eu ia à catequese. Minha catequista nos ensinava que o Céu era lutar. Lutar por um mundo melhor e por dias melhores. Lutar por uma vida melhor e por direitos iguais e justiça e paz à todos os povos.

Me lembro que nas celebrações que eu freqüentava, sempre havia uma senhora que pregava a palavra, que dançava com a bíblia na mão e sacudia seus ombros, com cânticos altos ao som do atabaque e muitas palmas.

Me lembro que meninas entravam vestidas de véus de muitas cores, e eu podia perceber suas silhuetas e partes dos seus corpos dançantes em um gingado sensual e atraente. Lembro das vezes quando o altar era levado para o um canto do salão da Igreja e era colocado ali, sobre o mesmo altar Eucarístico, bebidas, quentões e uma infinidade de comidas que substituíam o Missal e o breviário.

Quando eu era pequeno, lembro-me de um padre muito generoso e sorridente, mas que andava na frente da passeata em forma de procissão eucarística, no dia de “Corpus Christie” gritando que o povo queria comida de verdade e não migalhas. Que o povo, tinha necessidade de Justiça e Paz, e que estávamos ali, dispostos a desafiar os poderosos em nosso empenho para alcançar o que era o nosso direito.

Com o passar do tempo, comecei a receber e assimilar minha cultura brasileira, que é uma cultura católica, e comecei a ter informações do tipo, não devemos “transar” antes do casamento, que masturbação era pecado que isso, que aquilo. Porém, em meu coração jovem e imaturo, eu não sabia os porquês de nada disso. Pois na Igreja, o que eu ouvia, era apenas luta, luta e macumba. A Igreja havia sido completamente invadida, pela maledicência do materialismo e pela profanação do sincretismo.

Depois de perpassar por muitas outras religiões e ter naufragado no ateísmo prático, retornei àquela mesma Igreja, chamada Igreja da Santa Cruz, e pude perceber que nada havia mudado apesar da Igreja estar mais bonita, maior, ampliada e ainda dando os últimos retoques de pintura.

Na juventude, iniciei num grupo de jovens, chamado: “Jovens unidos pela Fé”. Mas que dentro de pouco tempo, eu acabei sendo expulso daquele grupo, por que eu queria rezar. Eu queria falar sobre Nossa Senhora, rezar o terço, fazer vigílias e adoração ao Santíssimo Sacramento, mas infelizmente, meus colegas e os coordenadores da comunidade, não queriam fazer o mesmo que eu.

Hoje, eu olho e vejo aquela comunidade. Os jovens que freqüentavam aquele Grupo de Jovens, que me expulsaram, um a um, foram saindo e deixando a Igreja. Seus bancos foram ficando vazios e a Igreja definhando. As pessoas queriam luta, luta e macumba. Acabaram tendo o que pediram. Lutaram contra o alcoolismo do marido, contra o uso de drogas dos seus filhos e a traição de suas esposas. Aquela comunidade eclesial, que era sim, de base, mas a base uma verdadeira perda da identidade católica que diziam possuir.

Foi isso que eu aprendi com a chamada Teologia da Libertação, quando assisti homens e mulheres que se diziam padres e freiras, portadores de “anéis de tucum” foram deixando suas vocações. Um padre após um escândalo com uma paroquiana deixou seu sacerdócio e foi ser professor ateu em uma universidade. Uma freira que deixou sua vocação e seu sonho de ser “irmã” por uma vaga numa repartição pública, em trabalho administrativo solitária e completamente carente, se entregando a homens que a faziam se sentir bem.

Aprendi ainda, com a Teologia da Libertação a ver um famoso bispo, com uma cruz preta no peito, que era orgulhoso de ter vivido e encabeçado a maior greve da maior siderúrgica do país, gritando aos ventos que Deus ama o povo, e que por isso o povo deveria ser deus.

Aprendi que todas as pessoas que se envolvem com a Teologia da Libertação, mais cedo ou mais tarde, acabarão traindo a Igreja, assim como fez Judas. Negando o Dom de Deus dado à Igreja, sobre a infalibilidade Papal. Renegando a Fé de sempre em nome de uma adaptação do Evangelho à uma realidade latino americana e aos tempos modernos.

Porém, já estou farto de tudo isso, não quero uma doutrina adaptada à “realidade” da América Latina e aos dias de hoje, quero a Fé de sempre. A Fé professada por Pedro, recebida e ensinada pelos Apóstolos e transmitida por 20 séculos aos homens que se chamavam de Católicos. Quero a Fé vinda do Santo Padre. Quero a Fé do Credo. Quero o Missal e a Santa Missa tendo sua liturgia respeitada e vivida como sempre o foi.

Não quero mais mentiras. Não quero mais teólogos. Não quero mais ex-padres magoados gritando suas frustrações aos quatro ventos. Não quero mais heresias. Quero a Igreja de Cristo. Que foi perseguida por Saulo, que na verdade perseguia apenas a homens e mulheres, que unidos pertenciam a um único corpo. Um corpo o Corpo de Cristo que é mais conhecido como Igreja Católica Apostólica Romana.

Mas deixo meu perdão. Meu perdão dado aos Teólogos da Libertação, tão empenhados pela luta, que se esqueceram de me ensinar a ter fé. Deixaram-me vagando para fora da Igreja sem ter conhecido a verdadeira face de Jesus. Por não terem me protegido com a Sã Doutrina da Salvação. E por terem-me entupido de lixo revolucionário e espiritualidade materialista. Espero que um dia, vocês reencontrem o caminho de Jesus e parem de perseguir, matar e destruir aquilo que o povo brasileiro tem de mais rico e importante, que é sua fé católica.

Um comentário:

  1. Infelizmente, tivemos isso por 40 ininterruptos anos! Agora, estamos felizes com nosso novo bispo, D.Francisco Biasin, pois ele está retornando a sacralidade para as comunidades! A partir de agora, não se faz mais missas em ginásios e nem na Ilha São João, mesmo que seja um grande evento, que reúna todo o regional. Segundo ele, "a missa deve ser celebrada num lugar santo". Bom, né? Louvado seja Deus!

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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem