domingo, janeiro 22

Deus, a conclusão!


Há algum tempo atrás, eu extraí um texto do site Veritatis, chamado “Breve considerações sobre o ateísmo”, e postei no O SALMÃO, peguei o link, e apresentei para que alguns pudessem fazer considerações sobre o texto, e prontamente, recebi inúmeros questionamentos.


Primeiro, é importante dizer que todos os ateus desmereceram a força dos argumentos, pelo simples fato dos argumentos, não concordarem com seus próprios pontos de vista. O mais adequado seria apresentarem argumentações ao texto, e depois, solicitarem novas argumentações.

Tomei o cuidado de ler tudo o que me apresentaram, e resumir em perguntas, claro, eliminando os xingamentos, acusações pessoais, grifos e gritos:

  1. Por que o ateísmo destrói radicalmente o fundamento da moral?
 
Primeiro, devemos conceituar a moral, que seria o conjunto de regras que cada indivíduo assume como forma de garantir o seu bem estar e seu convívio em sociedade, a moral, não está presa ao espaço geográfico, e é capaz de unir pessoas que não se conhecem, apenas por terem escolhido o mesmo preferencial moral comum. Moral é diferente de ética, e ambas são diferente de direito.

Porém, como a moral tem origem do latim, e significa costumes, os costumes estão diretamente relacionado com a visão de mundo que a pessoa tem, ou seja, como ela responde as principais questões da vida. Questões como de onde viemos? Para onde vamos? E qual o sentido da vida?

A resposta a estas perguntas irão definir a moral de cada indivíduo. Sendo assim, voltamos à pergunta: por que o ateísmo destrói radicalmente os fundamento da moral?

A visão religiosa, e aqui, irei me restringir à fé Católica, a pessoa é feita à imagem e semelhança de Deus, criada num gesto de Amor gratuito, e tem em seu próximo um depositário deste amor, ou seja, a maneira como o indivíduo expressa e vive o amor solidário com o seu próximo, demonstra o quanto ele se compromete com o amor gratuito de Deus.

Em resumo, se alguém não vive o amor para com seu próximo, ele não compreendeu o amor de Deus para com ele mesmo. Esta visão resulta em ações inexplicáveis de sacrifício, como a devoção de Santa Madre Teresa de Calcutá aos pobres, sendo ela já tão pobre quanto os mais pobres. Ou ainda a dedicação de São Dom Bosco aos órfãos, e o sacrifício de São Damião, que se oferece para cuidar dos leprosos abandonados da ilha de Molocai no Havaí.

Já a visão ateísta, é diversificada, para Dawkins, por exemplo, o ser humano, nem é um indivíduo, é uma comunidade de genes, que tem como única finalidade, ser uma máquina de sobrevivência para moléculas se replicarem. Ou ainda para Krauss, afirma que tudo foi feito do nada, e que, portanto, nossas vidas não tem propósito algum, cabe agora, a cada um de nós, dar o sentido que melhor nos convir, seja ele qual for. E para finalizar, abordemos o pai das ciências políticas, Nicolau Maquiavel, que apresenta duras críticas à religião, dignas de um ateu, apesar de não ter se auto-definido ateu, mas apresenta o homem não como um indivíduo, mas sim como um instrumento de poder. Na verdade, Maquiavel encarou a política como ela é, ou seja, quanto mais pessoas ao seu lado, mais poderoso você se torna.

Obviamente, sempre iremos encontrar falhas morais, tanto dentro da própria Igreja, quanto no seio do ateísmo. Porém, a visão, ou seja, o fundamento da moral da Igreja apresenta uma responsabilidade com a busca do aperfeiçoamento das relações sociais. Já o ateísmo, apesar de apresentar esporadicamente, exemplos de moralidade, não apresenta este desejo de melhorar e aperfeiçoar os laços sociais como o faz a Igreja.

Na verdade, o ateísmo apresenta uma visão puramente materialista, de que a vida não tem propósito algum, que somos robôs pré-programados cegamente apenas para garantir a sobrevida de genes egoístas, ou que somos apenas instrumentos de poder. Reconheço que deva existir entre os ateus, algum que seja exemplo de moralidade, porém, o que impede alguém com base nesta conceituação, de a partir de agora, dizer que irá obter poder independente dos meios? Ou ainda o que impede uma pessoa de não considerar a outra como algo de importante, pois ela não passa de um robô que serve apenas para transportar replicadores?

Por isso, o ateísmo, em si mesmo, destrói radicalmente o fundamento da moral. Pois retira do seres humanos, mesmo que de maneira teórica, a dignidade mais escelsa que já tivemos, de ser filhos e filhas de Deus. Poderíamos perguntar: O que você prefere ser apenas um veículo de genes sem propósito algum que serve apenas como instrumento político, ou ter sido criado pelo próprio Amor, à sua imagem e semelhança? Independente da resposta, o fato é que ambas são uma possibilidade, porém apenas uma foi capaz de gerar indivíduos como Madre Teresa, São Francisco, São Damião, São Maximiliano entre inúmeros exemplos.

Se Deus não existisse, mas a invenção de sua existência fosse capaz de gerar apenas Madre Teresa de Calcutá, já teria valido a pena, e poderíamos dizer que inventar Deus, foi uma boa idéia.


  1. Por que o Deus cristão, da bíblia, parece não seguir seus próprios códigos de moral?

Para começar, primeiro preciso apresentar a visão Católica do que é a Bíblia. A bíblia é a palavra de Deus, porém, ela não é em si mesma - a palavra de Deus. Pois entendemos como “palavra”, o dizer de Deus, seu falar, seu comunicar, o Verbo de Deus, e neste contexto, a Palavra de Deus, por excelência é Jesus.

Para a Igreja, a Bíblia, contém a revelação, que por excelência, também é Jesus, Jesus é o centro da Bíblia inteira, desde o Antigo até o Novo testamento. E nenhum dos dois testamentos, contém a revelação por completo, a Igreja, reconhece na Tradição Apostólica, apresentada pelos Primeiros Padres da Igreja, outra parte da mesma revelação contida na Bíblia.

E por fim, a Igreja somente reconhece como revelação, aquilo que ao longo dos 20 séculos de sua história, nunca foi contradito, pelos que ensinavam em nome da Igreja, ela chama isso de Sagrado Magistério.

Portanto, a Igreja tem como Revelação, as Sagradas Escrituras, a Sagrada Tradição e o que foi ensinado pelo Sagrado Magistério.

A Igreja tem uma maneira muito singular de interpretar e entender a Bíblia. Primeiro ela entende no sentido literal, ou seja, quem era o autor do texto, sua cultura, seu contexto histórico, sua língua, sua forma de linguagem, sua visão de mundo, muitas vezes, não sabemos quem escreveu o texto, mas ao menos sua cultura, sua visão e sua nacionalidade sempre é possível saber. Depois, para quem ele escreveu, e novamente sua cultura, seu contexto histórico, sua língua, sua forma de linguagem e sua visão de mundo. A Igreja entende de maneira antropológica a Bíblia.

Isto é o que o Padre Paulo Ricardo chama de, “o primeiro andar da interpretação bíblica”, já o - segundo andar – seria, o conteúdo. O que está escrito? Como foi escrito? O que quer dizer o sentido literal deste conteúdo? Por exemplo, se o texto diz que um jumento falou, por que ele falou? O que ele falou? Este texto é um romance ou um texto histórico?

Antes de partirmos para a interpretação, todas estas perguntas devem ser respondidas, para cada um dos 35.527 versículos bíblicos. É dá trabalho. Mas foram 2000 anos para fazer isso, um verdadeiro Recorde. Mas não acabou!

Depois de se fazer este trabalho, é preciso perguntar: E onde está Jesus neste versículo? Ou neste trecho? Ou neste capítulo? Ou neste livro? Se não é possível se encontrar Jesus, ou se fazer uma referência com Jesus, é por que o texto está mal compreendido, e permanece seu mistério. Na verdade, são poucos os capítulos bíblicos que a Igreja não apresenta referência direta do Novo com o Antigo Testamento. Um exemplo é o livro de Números, que poucas vezes é utilizado na liturgia diária da Igreja.

Bom, agora que você entendeu como a Igreja interpreta e entende a Bíblia, voltemos à pergunta: Por que o Deus cristão, da bíblia, parece não seguir seus próprios códigos de moral?

Na verdade, muitas vezes, Deus é apresentado, como nas palavras de Dawkins: “ciumento, e com orgulho; controlador mesquinho, injusto e intransigente; genocida étnico e vingativo, sedento de sangue; perseguidor misógino, homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo.” Porém, como já disse. É assim que Ele é apresentado, mas não é assim que Ele é.

Pode parecer à primeira vista contraditório, mas a Bíblia, não foi escrita, por Deus. Mas sim pelos homens, com linguagem de homens, com sentimentos de homens, com cultura de homens. Muitas vezes, o Deus apresentado no texto, revela apenas a personalidade do autor do texto, que com certeza era cheio de limites, de falhas, não era moderno, não era letrado, não conhecia regras de etiqueta, nada disso. Por isso, a Igreja, tem todo este trabalho, para conseguir enxergar e extrair dos textos a revelação, por trás do que está escrito.

A Igreja ensina que devemos acreditar nos milagres bíblicos, mas doutrinariamente, tanto faz se o Mar se abriu, o que importa é que ele é pré-figura do batismo pregado por João Batista e confirmado por Jesus. Pouco importa que o Sol tenha ou não parado, o que importa é que o Sol do Cristão é Cristo e que Ele, mesmo sendo de condição e natureza Divina, se fez carne e habitou entre nós. Pouco importa se Adão ou Eva existiram de fato, o que importa é que o pecado entrou no mundo e que por isso Jesus morreu na cruz para pagar por nossos pecados.


Neste mesmo contexto, se Javé, o Deus dos exércitos, mandou combater os Filisteus, não interessa, se isso é fato ou ficção, o que interessa é que esta é a figura da batalha espiritual do cristão frente às dificuldades e tentações da vida, onde Davi é o sinal da fraqueza humana, e Golias as dificuldades, que são vencidas por meio do uso da inteligência e da habilidade, dons dados por Deus para vencermos nossas batalhas.

  1. Quais são as provas cognoscíveis da existência de Deus?

Mais uma vez, apresento a visão católica, e tomo a liberdade, de utilizar as palavras de Dom Estevão Bittencourt:

“As verdades da fé serão sempre transcendentes ou claro-escuras para a razão humana. Por isso ninguém é obrigado a crer porque tenha a evidência racional de que Deus é uno e trino, de que Jesus é Deus e homem, de que Cristo está presente na Eucaristia… Para crer, a vontade tem que mover a inteligência a dizer SIM; a fé é um ato da inteligência movida pela vontade (“eu quero crer”). Ora a vontade só poderá mover a inteligência ao ato de fé se estiver livre de paixões ou afetos desregrados. Com efeito; aceitar Deus significa converter-se ou mudar de vida; mas ninguém há de querer mudar de vida se está subjugado por tendências desordenadas. Vê-se, pois, que a fé está em íntima relação com o teor de vida que o homem leva; quem se entrega a uma vida desregrada, dificilmente pode chegar à fé (antes, pode rapidamente perder a fé); ao contrário, quem se esforça por ser honesto e fiel em tudo, põe-se a caminho da fé, se não a tem.”

Mas utilizando o Catecismo da Igreja Católica, vemos que:

“Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus, o homem que procura a Deus descobre certas ‘vias’ para aceder ao conhecimento de Deus. Chamamo-las também de ‘provas da existência de Deus’, não no sentido das provas que as ciências naturais buscam, mas no sentido de ‘argumentos convergentes e convincentes’ que permitem chegar a verdadeiras certezas.

Estas ‘vias’ para chegar a Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa humana.

O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo.

São Paulo afirma a respeito dos pagãos: ‘O que se pode conhecer de Deus é manifesto entre eles, pois Deus lho revelou. Sua realidade invisível - seu eterno poder e sua divindade - tornou-se inteligível desde a criação do mundo através das criaturas’ (Rm 1,19-20).” (CIC 31 e 32)

São Tomas de Aquino, nos apresentam as cinco vias cognoscíveis para se chegar à conclusão racional da existência de Deus:

Primeira via:

Partimos do fato de que no mundo existem múltiplos movimentos e mudanças.

Ora, toda mudança é um vir-a-ser ou um tornar-se; é a aquisição de uma realidade ou determinação que o ser não tinha antes, mas podia ter.

Por conseguinte, para que alguma coisa se mova ou mude, deve receber algo que ela não tem. E deve recebê-lo de outro ser (que chamamos “movente”), porque ninguém dá a si mesmo o que ele não possui. Para receber, é preciso não ter; para dar, é necessário ter.

Na série de seres movidos-moventes, é impossível proceder ao infinito. Portanto deve haver um primeiro movente que não seja movido por outrem, mas que tenha em si mesmo a razão de ser do seu movimento; é o movente absoluto ou Deus

Segunda via:

A segunda via parte do fato de que existem múltiplas causas neste mundo, concatenadas entre si numa linha de dependência e subordinação:

...a fruta de uma árvore, por exemplo, supõe a árvore, a árvore supõe a fecundidade da terra; esta supõe a ação do sol e da chuva; estes, por sua vez, supõe outros fatores…

Já que é impossível o processo ao infinito, é necessário admitir finalmente uma primeira causa causante e não causada ou a causa Absoluta, que é Deus.

            Terceira via:

Parte do fato da contingência geral que nos cerca.

Tudo o que vemos, não era e veio a ser. Ora, se tudo fosse contingente, não haveria começo do ser, nada existiria - o que é falso, pois a Teoria da Relatividade prova que o Universo teve um início.

Donde se conclui: ou Deus, o Ser Absoluto, Necessário, não contingente, existe e é a razão suficiente de todos os demais seres, que são contingentes…, ou nada existe.

Porém, o nada, não existe. Ninguém nunca contemplou o nada, pois nunca o foi observado, na verdade o nada, existe apenas como unidade de medida dentro da matemática, e por definição é a ausência de variantes, ou melhor, explicando, é o número “0”.

Porém, o nada, em teoria, existe, mas na prática, não. Pois até mesmo o vácuo, que é considerado vazio, não contém partículas, porém, contém espaço, mesmo que vazio, o nada, não é nem mesmo, o espaço vazio. Portanto, se nada não existe, logo, deve-se admitir que Deus, exista, caso contrário, nem mesmo o nada, existiria, mesmo que em teoria.

Quarta Via:

Procede do fato de que no mundo existem perfeições transcendentes (a verdade, a bondade, o amor, a justiça…) em diversos graus.

Elas são limitadas pelos sujeitos que as contêm. Elas supõem a existência de um ser no qual tais perfeições existem sem limites.

Por conseguinte, deve existir um Ser que seja a Verdade mesma, a Bondade mesma, o Amor mesmo, a Justiça mesma… Tal é Deus.

Com outras palavras: dizemos que em torno de nós existem seres mais bons e menos bons, mais justos e menos justos, mais verazes e menos verazes… Ora, só posso falar de “mais” e “menos” se existe o Absoluto ou o Ilimitado. Este é o próprio Deus.

Quinta Via:

É o argumento do Desenhista do desenho, pois existe em seres que não têm inteligência, uma ordem elevada, obtida com elementos cuja natureza é indiferente a esta ou aquela combinação.

Ora, tal ordem exige uma inteligência que tenha concebido tais elementos e os tenha combinado entre si. Tal inteligência suprema é Deus.

Nunca, em toda história da ciência, verificou-se que um projeto, uma descoberta, mesmo que ao acaso, não tenha sido cunhada pela inteligência.

Os opositores ao design inteligente, como Dawkins e companhia limitada, se prendem à palavra DESIGN, porém aqui, não estamos falando apenas do design, mas sim da inteligência. A inteligência é que é o “X” da questão.

E nunca se verificou um projeto, humano, que não tenha sido feito com inteligência. Uma sequóia, nunca poderá se comparar a um World Trade Center, porém, para que uma sequóia pudesse ser formada, foram preciso milhões de anos de seleção natural. Mas, quando falamos em seleção natural, parece que tocamos em algo sagrado ao ateísmo, pois é nela que se fiam seus argumentos sobre a origem do universo.
 
Mas a seleção natural pode ser a maneira como o criador encontrou para promover tudo o que existe. Sei que Dawkins, disse não gostar que se utilize a seleção natural para explicar a criação, pois em sua cabeça, são antagônicas. Porém, a seleção natural encontra espaço em abundância na teologia católica.

O Catecismo da Igreja Católica é bem claro, e afirma no número 308: “Deus age em todo o agir de suas criaturas.” Ou seja, depois de criar o mundo, Deus nunca mais agiu diretamente na história da humanidade, a não ser por meio do “agir do ser humano”. Ou seja, a seleção natural, explica tudo, desde o Big Bang, mas não explica o Big Bang. E Stephen Hawking, em “Buracos Negros, Universos bebês”, de forma muito bonita, chega diante do Big Bang, e conclui que:

 Para que houvesse uma instabilidade, diante da estabilidade que é o estado anterior ao evento, deveria existir algo que fosse externo a ele, e de maneira intencional, criar a instabilidade necessária para provocar o Big Bang e a expansão do universo. Seja em grande escala, com o aumento do problema no caso da hipótese dos multiversos, ou na escala conhecida e comprovada do universo.

Gosto muito da frase de Dawkins: “Qualquer entidade capaz de projetar de forma inteligente uma coisa tão improvável quanto o angélico (ou o universo) teria de ser ainda mais improvável que um angélico.”

E eu pergunto, por acaso qual é o nosso objetivo aqui? Não é provar algo improvável? Que é nada menos que a Existência de Deus?

Por isso, que nosso saudoso Dom Estevão Bittencourt, diz, como já citei acima que: “As verdades da fé serão sempre transcendentes ou claro-escuras para a razão humana.” Ora, nós estamos aqui, cogitando hipóteses racionais, do ponto de vista de nossa razão, que sabemos ser pequena e mesquinha, porém, como pode uma fragmento de inteligência, que é nossa mente, diante da Grandeza de Deus, poder pensar em acertar na conclusão do ônus da existência de Deus?

O dia que o ser humano, conseguir provar, que Deus existe, de forma clara, como exigem muitos ateus, o feito perde seu efeito, pois se o fizéssemos estaria provado que Deus, na verdade, não existe.

Existem outras vias cognoscíveis apresentadas por livros muito bons como “Deus, a Evidência”, ou “Não tenho fé suficiente para ser ateu”. Mas vou parar por aqui, para não me alongar demais. Lembrando que não se deve tratar as evidências de maneira isolada, mas sim, de maneira conjunta, integrada e interligada.

  1. Por que Deus não aparece? por que não somos capazes de percebê-lo com nossos olhos e sentidos?

Veja que primeiro você deve compreender que há muitas coisas que existem, de fato, mas que seus sentidos não captam. Por exemplo, a luz ultra-violeta ou infra-vermelho. O monóxido de carbono, não tem cheiro, porém, você é capaz de aspirá-lo sem o perceber. Nossa galáxia vizinha, a milhões de anos luz daqui, existe, mas você não vê.

Claro, que criamos instrumentos para captar estas e outras manifestações físicas, porém, nem sempre foi assim. A captação das luzes não perceptíveis ao homem, o telescópio e os medidores de gás, são relativamente recentes. Acredito que se Aristóteles tivesse tido contato com estes instrumentos, teria revolucionado ainda mais a Ciência moderna como a conhecemos.

O que quero dizer, é que, se há tantas coisas que antes se julgava que não existia, com o avanço da ciência, hoje, podemos perceber como ondas de rádio, ou microondas e ainda a tecnologia wireless. Por que, não podemos esperar, que num futuro próximo, sejamos capazes de desenvolver instrumentos que nos permita ser capazes de “Ver Deus”?

Este é um ponto. Mas há um segundo ponto.

A Doutrina Católica, diz que: “A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus, nossa bem-aventurança.”

Agora eu pergunto. Você já foi supervisionado? Você já passou, por uma auditoria? Bom, em minha vida profissional, passei por algumas, e estranhamente, há mais chance de alguém efetuar um determinado procedimento, de maneira errada e imprecisa, quando está sendo observado, do que quando não está.

Isso acontece, por que numa auditoria, o funcionário percebe, pela presença do auditor que as implicações de suas práticas, podem determinar o futuro de sua empresa, e conseqüentemente, o seu emprego. Este “peso” está a mais. No dia-a-dia, durante a rotina, ele não erra, ou se erra, erra poucas vezes, e cada vez menos, com a prática, mas no momento da auditoria, o fato de ser observado, altera o resultado.

Se você não gostou deste exemplo, podemos dar outro, mais simples. Você estuda, estuda, estuda, mas no dia da prova, dá um branco! Isso já aconteceu com você?

Mas isto a ciência comprova, este na verdade é o Princípio da Complementaridade na mecânica quântica, onde o observador, ao tomar parte no experimento, apenas como observador, pode alterar o seu resultado.


Agora, imagine se pudéssemos “sentir” com nossos sentidos, a presença de Deus! Como seria a vida? Será que nossos políticos, teriam participado do mensalão? Será que Bill Clinton teria saído com Mônica Levinsk? Será que seríamos sinceros em nosso agir e em nosso relacionamento com Deus? Nos sentiríamos livres?

Deus, não quer que o ser humano não seja sincero, ou não seja autêntico. Deus quer que o ser humano, viva, sua liberdade, pois não deseja ter pessoas “obedientes” por que estão sendo observadas. Ou não quer pessoas “comportadas” por que estão sendo controladas. O “silêncio” de Deus é a maneira mais inteligente de comprovar nosso verdadeiro amor por Ele, revelando nossos sentimentos mais profundos e verídicos.

Aliás, esta é a técnica que os detetives particulares usam, eles se escondem, e conseguem verificar a veracidade do comportamento das pessoas. Que pai ou mãe, que nunca observou os filhos brincarem pela fresta da porta, sem interferir, para ver se a educação que estão recebendo está dando certo?

O problema de Dawkins, é que ele comprou a imagem de um Deus distante do ser humano, porém, na teologia Católica, Deus é um ser humano.

Ou seja, todos somos humanos, por que Ele primeiro é um ser humano, e o agir do ser humano, é o agir de Deus, porém com perfeição e de maneira absoluta. Mas apesar Dele não se deixar perceber pelos nossos sentidos, nós o intuímos, e muitas vezes, concluímos sua presença, porém, de maneira tão delicada, que não invade nossa liberdade de agir com Ele de maneira humana, e não tentarmos nos tornar Divinos, perdendo assim nossa liberdade.

 Já que não o percebemos, será que não temos o direito de duvidar?

Esta pergunta é subseqüente à anterior, mas a resposta é simples: Sim!

Temos o direito de duvidar, aliás, a dúvida é o que levou o homem, que após sua queda e o pecado, aproximou naturalmente o homem a Deus novamente. Se não fosse a dúvida, não haveriam as cinco vias de São Tomas de Aquino.

Aliás, o próprio ateu, tem sua função na economia da salvação e no encontro do homem e Deus. Imagine se não fossem os questionamentos, estaríamos até hoje, sendo caçados pelos Romanos e mortos no Coliseu. Se não fossem os questionamentos, os antes oprimidos cristãos, depois opressores, estariam até hoje queimando bruxas em fogueiras.

A dúvida é o que move o mundo e a ciência. A dúvida não é um pecado, pelo contrário, é o primeiro passo em direção da Verdade, e a verdade, para a doutrina Católica, é uma pessoa, não um conceito, a Verdade é Jesus.

Quando um ateu “desmascara” um argumento mentiroso de um crente, ele encontra e revela a Verdade, ou seja, ele revela Jesus. Pode parecer contraditório, mas não é. Pois um argumento, não é válido por causa de quem o apresenta, mas pela lógica que ele fundamenta. Por isso, se um ateu, descobriu a Verdade, e o revelou ao crente, ele [o ateu] ajudou o crente a sair de uma mentira, às vezes ele tinha uma imagem de Deus, com base naquele fundamento mentiroso, mas agora, ele tem a oportunidade de sair da mentira e conhecer a Verdade. E não importa qual seja ela, a Verdade sempre aponta para Jesus.

Aqui, podemos perguntar ainda, o porquê do mal. Por que o mal existe?

Simples, o mal é a maneira que Deus tem de fazer um bem maior. Pois sempre que o mal acontece, a partir dele, surge um bem maior.

Ora, Deus criou o mundo, e o Homem convivia com Deus. Isso é o paraíso narrado na Bíblia. Deus caminhava lado a lado com o Homem.

Este paraíso é maravilhoso, mas nada comparado com o paraíso da visão Católica, onde Deus se faz homem. Não é mais um ser “grandioso e supremo”, mas um ser semelhante ao Homem. O homem do paraíso na visão judaica via Deus debaixo para cima, já o paraíso na visão Católica, o Homem olha Deus nos olhos.

Na visão judaica, mesmo no paraíso, o homem se percebe solitário e Deus lhe entrega a mulher, já na visão Católica, o homem e a mulher nunca estão só, pois Deus feito homem, está sempre no meio deles. Não há distâncias, não há diferenças o que há é apenas o convívio maravilhoso do Homem com Deus, feito Homem.

Ora, qual destas duas visões, é mais prazerosa? Ou mais completa? Obviamente que é a segunda visão! Mas Deus nunca se faria homem, se não fosse o pecado. Ou seja, como grita Santo Agostinho feliz culpa’,que por ela tivemos a honra de receber um tão grande Salvador”.

Até mesmo para que Jesus morresse, para depois ressuscitar, foi preciso que Judas tivesse o desprazer de ser o traidor. Nada é determinado, mas Deus sabe que o mal irá acontecer e antes que aconteça, planeja a melhor maneira de lidar com ele.

Mas a visão de “mal”, da doutrina Católica, também é bem particular, pois a Igreja, identifica uma hierarquia, ou escala do mal. Por exemplo, um mal, proferido contra a alma, é mais grave que um mal proferido contra o corpo. A morte, na visão Católica, não é um mal em si, mas sim a conseqüência do mal / pecado. Tanto é assim, que São Francisco, se refere à morte, como “Irmã morte”. Pois compreende que a morte, também é criatura de Deus, e na ressurreição de Jesus, temos a vitória da vida, sobre a morte.

Muitos ateus, se escandalizam com esta realidade, até perguntam:

Mas por que Deus permite que uma criança seja estuprada e morta?

Ora, o mal físico, proferido contra a criança, a levou a morte, e a morte, principalmente morte de um inocente, como é o caso, leva a alma do indivíduo à Deus, isto em si, não é um mal. Mas muitas vezes, os assassinos mais cruéis, ao perceberem a dimensão de seus crimes, arrependem-se e encontram Deus. O arrependimento verdadeiro, não apaga o mal proferido, e não retira as conseqüências deste mal, mas o arrependimento verdadeiro, só é possível, após uma abertura do “coração” do Homem à Deus. Sendo assim, tal indivíduo, alcançou o mínimo necessário para aquela liberdade, de aceitar Deus como Ele é.

Um exemplo concreto, é a história de Santa Maria Gorete. Que levou 18 facadas durante uma tentativa de estupro, a Igreja a elevou à condição Canônica, devido sua luta pela castidade, pois ela não foi estuprada, e antes de sua morte, dá o perdão à seu assassino, que se arrepende e após cumprir sua pena, morre já idoso, em um mosteiro, como religioso. Este é o típico bem que Deus tira de um mal. Claro, irá sempre depender da vontade humana.

Até o diabo pode ser visto como necessário. Pois se não houvesse tentador, o homem não teria sido tentado, e não teria de ser redimido. Claro que o paraíso primeiro era perfeito, mas mesmo após o mal do pecado, Deus foi capaz de fazer algo tão melhor, que parece que o mal, é necessário. Mas como fato, não é necessário, mas como é o resultado de nossa liberdade, Deus tem o poder de tirar de todo mal, um bem maior.

  1. E por que existem ateus?
Ora, existem muitos motivos, um deles é que “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo 6, 44). Como já explicamos, há pessoas que vieram ao mundo para questionar, de serem violentos questionadores da Igreja, das religiões. Isso é uma coisa muito positiva. Muitos conceitos mal interpretados da Igreja, foram “melhorados ou adequados” com os séculos, principalmente por causa das críticas. O que seria de um processo, sem o controle de qualidade? Ou a identificação das não conformidades? E conseqüentemente das ações corretivas? Estagnaria. Acabaria. A pessoa para criticar, não precisa ser ateu, mas o ateísmo contribuiu muito para o aprofundamento da fé.

Alguns podem achar que Dawkins é o carrasco da religião, mas acho melhor conhecerem os escritos de François Marie Arouet, mais conhecido com Voltaire.

Voltaire foi implacável, disse certa vez: "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram". Mas no fim da vida, já idoso, Voltaire, pede o perdão à Igreja, se confessa, recebe a extrema unção, a santa comunhão e morre. Ora, Deus permite quem assim o quiser ajudar, mas até aqueles que o querem, “atrapalhar” acabam por mais favorecê-lo que o contrário. Claro que este é apenas um exemplo, e apenas um caso, mas poderíamos ficar aqui, verificando caso por caso, e a Igreja sempre seria capaz de identificar um bem maior.

Mas o ateu, muitas vezes é inteligente e razoável, porém, apesar destas qualidade, é incapaz de entender e perceber algumas questões da fé, ou da razão na conclusão da existência de Deus. E que mal há nisso? Ou contradição aparente? Por acaso, um jogador de basquete consegue com facilidade se tornar um excelente jogador de Golfe? Um halterofilista consegue pilotar facilmente uma Fórmula 1? Um catedrático em Direito Civil, terá facilidade em demonstrar o funcionamento do Ciclo de Krebs?

Claro que não. Por isso, há ateus, que não conseguem de forma simples perceber os “complicados” conceitos de Deus, ou de teologia.

Mas, assim como um halterofilista, um jogador de basquete e um catedrático em direito civil, se esforçarem-se e quiserem de fato, realizar as atividade sugeridas, o que os impedirá? Apenas sua própria vontade.

O que quero dizer, é que há ateus, que o são, por que querem. Se não entendem os conceitos sobre Deus, façam teologia! Ter dúvida é uma maravilha, mas procurar pelas respostas é mais sensato. Dawkins nunca fez teologia, e quando lhe é oferecido tal conhecimento, por julgar que é uma máquina de sobrevivência de genes, leva tal intento como ofensa, como se conhecimento ocupasse espaço. Ele diz que fez teologia, dizendo que tinha professores de religião, mas francamente, ao dizer isso, ele apenas demonstra o quão leigo é no assunto. Comparar uma catequese, ou aula de religião, como Teologia? Seria o mesmo que já tiver andado de avião monomotor, e dizer que é o mesmo que viajar de Concorde!

Mas a Igreja ensina que:

“Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo Mas não é menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas”. (CIC 154)

Muitos religiosos, caem na tentação, de identificar os pecadores, ou seja, dizer quem vai ou não para o céu. Isso é um absurdo, não devemos identificar pecadores, Jesus nunca fez isso, e muito menos a Igreja, devemos identificar pecados e dizer a Verdade, mesmo que ela seja dura de ser escutada.

Como no caso da polêmica da Homossexualidade, a Igreja afirma que tal comportamento é pecado, mas a tendência, ou a tentação, é natural, portanto, pode ser evitada. A Igreja não aponta para um indivíduo homossexual e diz: Você, indivíduo, não pode comungar! Mas o contrário, diz: Você, indivíduo, para poder comungar, deve se confessar e reconhecer seus pecados, e os pecados possíveis são estes (Por exemplo: lista dos 10 mandamentos)!

Nenhum religioso, tem o direito de apontar pecados. Quem assim o faz, age como Deus, e peca, ou seja, é imoral. Não contribui para o seu bem estar, muitos menos para o fortalecimento dos relacionamentos sociais. Pois até mesmo para se perder, a pessoa é livre.

Por isso, para crer, ou conceber a idéia de Deus, a pessoa deve sempre querer. Mas não esquecendo que mesmo nesta situação, Deus tem o poder de tirar daí, um bem maior.

  1. Por que Deus permite que façam guerras em seu nome?
Esta pergunta já foi respondida, mas por zelo, vou responder, e abordar outros aspectos.

É o mesmo problema da existência do mal. Deus não age no mundo se não pelo agir do ser humano, porém, nem todo agir do ser humano, é agir de Deus.

Dawkins faz algumas indagações interessantes, “Imagine o mundo sem ataques suicidas, sem o 11/9, sem o 7/7 londrino, sem as Cruzadas, sem caça às bruxas, sem a Conspiração da Pólvora, sem a partição da índia, sem as guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres sérvios/croatas/muçulmanos, sem a perseguição de judeus como "assassinos de Cristo", sem os "problemas" da Irlanda do Norte, sem "assassinatos em nome da honra", sem evangélicos televisivos de terno brilhante e cabelo bufante tirando dinheiro dos ingênuos” Imagine o mundo sem religião!

E eu pergunto, será que acabariam todas a guerras? Será que acabariam todos os massacres? Será que acabaria com todas as injustiças? Todas as injustiças do mundo, foram cometidas em nome de Deus e da Religião?

Dawkins é um tolo, que aponta numa direção, mas quando olhamos, não há nada. Bem, poderíamos aplicar a ele as palavras já citadas de Voltaire, pois eu pergunto:

Se eliminássemos toda religião do planeta, a Primeira e a Segunda Guerra não teriam acontecido? A Guerra do Golfo? A Guerra fria? O apartheid? O Genocídio dos índios e dos negros durante o tempo colonial? O Incêndio na fábrica da Tringle Shirtwaist? A fome na áfrica? As guerras civis em todos os países africanos? Os mais de 40 Milhões de abortos cometidos todos os anos? O massacre da candelária? Os 50.000 mortos vítimas de armas de fogo em 2010 no Brasil? A morte de mulheres pelo maníaco do parque?

Porém, sem a religião, e especificamente sem a Igreja Católica...


ü  ninguém teria conhecido a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles, que foram preservadas unicamente pelos monges copistas da Igreja, durante a queda do império romano;

ü  não haveria nem mesmo a arquitetura, o estilo gótico ou o barroco, que são obras encontradas unicamente em Igrejas;

ü  não haveria a música em seu estilo e beleza do canto gregoriano;

ü  não haveria a genética, uma vez que, Gregor Mendel, padre católico, só descobriu a genética por causa da necessidade que os padres tinham de desenvolver meios sustentáveis de sobrevivência;

ü  não haveria o ensino universitário nem mesmo haveria universidade e mesmo o método científico;

ü  nunca teríamos tomado conhecimento do Direito Romano, conservado pela Igreja Católica durante a invasão da Europa pelos Bárbaros;

ü  75% de todas a obras caritativas do mundo atualmente, não estariam acontecendo, pois são resultado direto da ação pastoral e social da Igreja;

ü  e por fim, não haveria civilização ocidental, como a conhecemos, nunca teria surgido, com todos os seus benefícios de Direitos Humanos, luta por igualdade, o ecumenismo, a queda do  muro de Berlim;

São muitos os benefícios da Igreja, já imaginou um mundo sem Madre Teresa? São Pio? São Maximiliano? Sem João Paulo II? Sem Santo Agostinho? Sem São Tomaz de Aquino? Sem a disciplina monástica?

Já imaginou um Brasil, sem Dom Helder Câmara, único brasileiro indicado 4 vezes consecutivas ao prêmio Nobel da Paz! Sendo que nunca ganhou por pressão política, e dois destas anos, para não constranger os feitos de Dom Helder, a organização do Prêmio Nobel, já que foi impedida de entregar o prêmio ao vencedor, não entregou a ninguém naqueles anos! Já imaginou o Nordeste sem Padre Cícero? Sem Santa Faustina?

Mas ainda persiste a pergunta, por que Deus permite que usem seu nome para o mal?

O mal, sempre existirá, e para cometê-lo, escolhe-se os mais variados motivos, vezes políticos, vezes econômicos, vezes, ideológicos, vezes, preconceituosos, e por vezes religiosos. Mas o censo crítico, deve ser usado, será mesmo que George W. Bush, invadiu o Iraque por motivos religiosos? Será mesmo que o 11/9 foi por motivos religiosos? Será mesmo que as cruzadas, inquisições, guerras santas, são cometidas por motivos religiosos? Por vezes, parafraseando Voltaire, as pessoas tentam encontrar motivos justos, para cometer injustiças.

De qualquer modo: “Deus não é de modo algum, nem direta nem indiretamente, a causa do mal moral. Todavia, permite-o, respeitando a liberdade de sua criatura e, misteriosamente, sabe auferir dele o bem: Pois o Deus Todo-Poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal.” (CIC 311)

E como já demonstramos, Ele é capaz.
  
Considerações:

Mas após todas estas respostas, que fiz questão de me dedicar ao máximo que pude, apresento uma indagação de um de meus opositores, que disse: “os religiosos não se preocupam com evidências, apenas em suas crenças”.

Ora, como podem ver, eu tenho firmes argumentos para concluir que Deus existe. Nada do que está aqui, saiu apenas de minha cabeça, encontro grande bibliografia para o demonstrar, e como se não bastasse, apresento aqui, as fontes em caso de dúvidas, mas também exponho minhas experiências pessoais, que de modo algum são descartáveis como argumentação, uma vez que não estou sozinho, tenho muitos e muitos exemplos teóricos, mas também tenho constatações práticas vividas por mim.

Mas agora eu pergunto. Vocês já viram os argumentos de alguns ateus? São simplesmente medonhos! Por exemplo, quando Dawkins questiona, e “argumenta” contra a aparição de Nossa Senhora em Fátima e o fenômeno da “dança do sol” diante de mais de 70 mil pessoas. Reconhece que um Delírio coletivo é impossível, devido a quantidade de pessoas, mas faz apenas piadas, depois zomba do povo português, que não sei nem por que não o processaram, talvez deva ser por que o número de ateus em Portugal seja minúsculo e quase não se tomou conhecimento de seu livro.

Onde estão as evidências de que se trata de um engodo? Temos o testemunho de mais de 70 mil pessoas, uma multidão para época e localidade. Com pessoas de todo tipo, padres, leigos, escolados, professores, céticos, pessoas que perseguiam os 3 pastorinhos. Toda esta gente viu! Agora, apenas por que o fato, não entra na cabeça dele, ele diz que não aconteceu? E isso é evidência por acaso? Só se for da maluquice intelectual dele próprio.


E quando ele “argumenta” contra a “quarta via”? Ele faz uma pergunta!!! Depois compara virtude com fedor! O primeiro não é palpável pelos sentidos se não pelo conjunto de sentidos e a expressão do uso da inteligência e sentimentos, e o segundo é evidentemente algo físico, um cheiro ruim!!! Será que depois de anos, longe das bancadas, ele se esqueceu como se faz uma analogia e uma comparação? Existe comparação possível entre um mau cheiro e a solidariedade, sem pensarmos logo de se tratar de uma piada?

Mas há inúmeras falácias, que, aliás, é um dos termos que ele mais gosta de usar. Note ainda, que se você pegar um livro de Dawkins pegue um disponível para download na internet, como “Deus, um delírio”, você irá notar que quando ele cita na íntegra autores que contribuem com sua argumentação, ele apresenta os nomes, e até os nomes completos, juntamente com uma historinha, como se ele fosse íntimo da pessoa (como Darwin, Sagan e Einstein), mas quando apresenta as citações que são contra, ele nem se dá ao trabalho de apresentar os nomes das pessoas, mas não se esquece de apresentar seus cargos.

Ora, isso claramente é uma tentativa de “generalizar sem generalizar”, é um artifício, uma técnica de memorização e, portanto, uma mensagem subliminar, para fazer com que o leitor tenha a impressão de que, quando ele fala, por exemplo: “o Padre da instituição “X” disse isso e aquilo”, ele apenas faz isso, para parecer que qualquer padre, ou qualquer um daquela instituição, ou daquela religião, pensam o mesmo e por tanto, são todos farinha do mesmo saco.

Se isso não é uma tentativa flagrante e desesperada de manipular a opinião pública ao seu favor, eu não sei o que é. E me decepcionei muito com todos os livros que Dawkins escreveu que eu tive o desprazer de ler, principalmente “Deus, um delírio”. Ele não passa informação nenhuma. Faça uma experiência, do começo até o final do livro, tente extrair informações, sem que antes ele tenha deixado uma boa dose de sentimento apaixonado.

Ele não argumenta, ele apenas chora. O livro todo, não se verificam argumentos, apenas “choro e ranger de dentes” (rsrsrsrsr). Uma tentativa desesperada de conseguir atenção. Aliás, é comum no mundo ateísta, pois há muitos ateus, com respeito aos que não o são, que apenas se dizem ateus, para chamar atenção e ganhar uma espécie de “prestígio” no meio em que vive.

Espero ter correspondido aos que me pediram para escrever. Peço desculpas pelo tamanho do texto, mas acredite, foi apenas um resumo. A quem se sentiu ofendido, peço desculpas mas em momento algum tenho o interesse de fazer ataques pessoais, mesmo à Dawkins, que considero um tolo, e que por isso, precisa ser alertado de sua tolice.

Paz e bem


BIBLIOGRAFIA:

  • GEISLER, Norman & TUREK, Frank; Não tenho fé suficiênte para ser ateu, Ed. Vida Acadêmica; São      Paulo, 2006. 
  • FLEW, Antony; Um ateu garante: DEUS EXISTE; As provas incontestáveis de um filósofo que não      acreditava em nada, Ed. Ediouro; São Paulo, 2008. 
  • GLYNN, Patrick; Deus a evidência: A reconciliação entre a Fé e a Razão do mundo atual, Ed. Madras; São Paulo, 1999. 
  • CORNWELL, John; O anjo de Darwin: Uma resposta seráfica a Desu, um delírio, Ed. Imago; Rio de Janeiro, 2008. 
  • HAUGHT, John F.; Deus após Darwin "Uma teologia evolucionista", Ed. José Olympio; 2ª. Edição, Rio de Janeiro, 2006. 
  • AQUINO, Felipe; Ciência e Fé, em harmonia, Ed. Cleófas; 4ª. Edição, Lorena, 2007. 
  • BETTENCOURT, Estêvão T.; Apostila de Iniciação teológica, In: Curso de Iniciação Teológica, Escola "Mater Ecclesiae"; Rio de Janeiro, 1997. 
  • WOODS, Thomas Jr. E.; Como a Igreja Católica, contruiu a civilização ocidental, Ed. Quadrante; São Paulo, 2008. 
  • AQUINO, Felipe; Uma história que não é contada, Ed. Cleófas; 3ª. Edição, Lorena, 2008. 
  • DEI VERBUM, Sobre a Revelação Divina, Constituição Dogmática, Roma, 18 de Novembro de 1965, PAPA PAULO VI
  • DAWKINS(*), Richard. Deus, um delírio, Ed. Companhia das Letras; São Paulo, 2007.

 (*) Obs.: A maioria dos livros de Dawkins estão disponíveis na internet, porém, sobre a forma de PDF, e alguns casos é impossível para mim apresentar a bibliografia, como - O Gene Egoísta, O Relojoeiro Cego, A escalada do monte Improvável, O capelão do diabo e Desvendando o arco-íris. Por isso, peço desculpas.

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