Dentro da estrutura teológica do Protestantismo
(com letra maiúscula), está uma idolatria de um deus chamado “fé”. Muitas
vezes, você pode perceber que nossos irmãos protestantes, gritam com todas as
letras e bem alto: “Só Jesus Salva”. De fato eles estão perfeitamente certos em
dizer isso, pois apenas Deus pode salvar e sendo Jesus Deus, apenas Ele pode
salvar.
Mas, é comum em um segundo momento,
um protestante dizer que somente a Fé, em Jesus é que pode salvar. Então, eles
perguntam: “Você aceita Jesus”? E agora, precisamos ter fé para ser salvo, não
apenas Jesus, mas ter Fé em Jesus, como se o poder salvador de Jesus, viesse da
nossa fé nele e não de sua Autoridade de Filho de Deus.
Aparentemente esta afirmação é
verdadeira, mas ela é incompleta, pois apenas a fé, sem as obras, como nos
lembra São Tiago, é morta. Pois do que adianta ter fé, que Jesus salva e não
querer mudar de vida e não cumprir a máxima do: “Sede santos por que o vosso
Pai é Santo.”
E o que tem a ver isso com o
Ateísmo? Ora, se esta é a doutrina ensinada pelo Protestantismo, quem segue
esta doutrina se torna Ateu do verdadeiro Deus, pois tem um ídolo ao qual é
chamado pelo nome de Jesus, que não é o Jesus filho de Maria, que ressuscitou
dos mortos historicamente, é uma caricatura de Jesus. Um Jesus de mentirinha,
que nos cobrirá com seu Sangue e imediatamente “Ipso Facto”, nós já estamos salvos. Não é necessário nem o
julgamento, pois como “jesus" já nos cobriu com seu sangue, nós já estamos
salvos.
Um protestante, não se reconhecerá
ateu, mas uma pessoa que tenha um pouquinho só de dúvida sobre a existência de
Deus, um agnóstico, por exemplo, ao analisar a “teologia” protestante, tornar-se-á
ateu convicto, pois o deus pregado e ensinado pelo Protestantismo de fato não
existe, e nós também, como católicos não acreditamos nele.
Depois de Calvino, Kant e Karl
Barth, a doutrina Protestante, afirma que qualquer tentativa de se conhecer a
Deus, pela via natural do conhecimento, na verdade, o Homem estará construindo,
ou melhor, confeccionando uma “imagem de Deus” para si mesmo e estará,
portanto, cometendo a Idolatria de adorar um falso deus. Já reparou que um
pastor é diferente do Padre em sua formação? O Padre estuda em média 3 anos de
filosofia e o pastor faz apenas a teologia.
Porém, a afirmação de que Deus não
pode ser nem mesmo pensado, com risco à idolatria, é um erro, pois se a mente
humana está tão fadada a não conhecer Deus pela via natural, ou seja, não
conhecer o Deus intuído pela criação, mas concluir que exista um Deus possível
e não apenas uma possibilidade, então, o homem não pode nem mesmo conhecer o
Deus revelado, pois a própria revelação nos ensina que “A graça pressupõe a
natureza.” E a Graça aqui, é a Revelação e a natureza é o conhecimento humano
do Deus por meio das criaturas.
Um ateu, ou agnóstico que se depare
com esta afirmação, conclui então que o Protestantismo é fideísta, e na
linguagem atual, é fundamentalista. E de fato, o ateu, agnóstico, cientista ou
filósofo que assim concluir, não estará errado. Pois o fideísmo é uma
verdadeira “adoração” ou idolatria da Fé.
Devemos entender bem o que estou
afirmando. Não estou afirmando que os protestantes, ou quem quer que seja,
sejam idólatras. O que queremos desmascarar é exatamente a cultura do Deus
perverso, presente na Doutrina do Protestantismo e em muitos aspectos da
própria cultura do catolicismo, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil e
em muitos países da Europa e na América Central.
Tais mentalidades até fazem “alusões”
ao Deus Trino pregado por Jesus, mas na realidade, este deus que o Protestantismo,
enquanto doutrina, ensina, e a cultura católica enquanto crença acredita, não
passa de um ídolo, e muitas vezes se concentra na Fé.
Tanto é assim, que o próprio
Lutero, ensina que: “Peques com força, mas creia com mais força ainda”. Fazendo
uma referência clara que a Fé, é que irá apagar ou justificar o pecado. E se
caso isso fosse verdadeiro, na realidade, não seria necessário nem mesmo a cruz
de Cristo, ou sua Encarnação no seio da Virgem Maria, pois Fé, também tinham os
Judeus, e uma Fé, até mais profunda, pois como disse Jesus: “Bem aventurados os
que crerão sem ter visto.” E os Judeus do AT nunca tinham visto a Salvação,
aquilo que o profeta no templo reza: “meus olhos agora contemplaram a
Salvação”.
A Salvação, portanto, não é um
artigo, uma coisa, uma referência, um o que. A Salvação é um QUEM. É um Alguém!
A Salvação é um acontecimento, um indivíduo, uma Pessoa, chamada Jesus.
É importante diferenciarmos isso,
pois em muitos diálogos com ateus, eles sempre me apresentam um deus, que
também eu não acredito que exista. Como o deus de Espinosa, de Niezthie e de
tantos outros filósofos do Iluminismo, existencialismo e Renacentismo que não
combatiam o Deus ensinado pela Igreja Católica, mas o deus do Protestantismo ou
o deus conhecido pela cultura popular, que irá salvar por meio de obediência e
quem não o fizer, será castigado eternamente.
Também é importante esta reflexão,
pois, fazendo uma analogia da humanidade com o corpo humano, o que acontece
quando um vírus invade o nosso organismo? Nosso organismo identifica aquele
vírus, que didaticamente chamaremos de antígeno e imediatamente começa a
produzir anticorpos para aquele antígeno. Quando o vírus foi vencido, os
anticorpos permanecem, e com esta permanência, cria-se uma defesa adquirida,
que, quando aquele mesmo vírus infectar nosso organismo, teremos já disponíveis
anticorpos específicos contra aquele determinado antígeno e nem se quer
ficaremos doente. E é assim que se criam as vacinas. Encontra-se um antígeno
“atenuado”, ou seja, inofensivo e incapaz de produzir a doença mas que estimula
a produção de anticorpos contra aquele antígeno e a pessoa agora, mesmo sem ter
pego a doença está imunizada contra aquele vírus.
O mesmo acontece com a humanidade.
Hoje temos inúmeras Doutrinas Protestantes, que se parece com a verdadeira
Doutrina da Salvação, que é a Doutrina Católica. Estas doutrinas falsas
estimulam as mentes pensantes e não fideístas, a criarem como que espécies de
anticorpos contra a Doutrina Verdadeira.
Faça esta experiência. Inicie um
debate com um ateu. Ele imediatamente irá descrever um deus que na verdade não
é o Deus ensinado dentro da Doutrina da Igreja. E infelizmente, por ele já ter
os “anticorpos” contra as doutrina que são parecidas, e pela falsa convicção e
até mesmo desonestidade intelectual, este ateu iniciará, apresentando também
argumentos contra a Sã Doutrina da Salvação. Mostrando a maléfica ação do
Protestantismo no mundo. Sendo este, podendo ser comparado com uma “Sã Doutrina”
atenuada, incapaz de gerar a salvação na vida de quem toma conhecimento da
verdadeira Doutrina da Salvação.
Eu pude experimentar muitas vezes
isso, quando em meio aos debates, ao apresentar aquilo que conheço da Doutrina
de Deus, ensinado, vivido e professado pela Igreja Católica, que é minha fé,
muitos ateus me dizem assim: “Esta doutrina não é a doutrina ensinada pela
Igreja, saiba que se for assim, então você não é católico”. Porém, o que não
percebem, e não querem perceber, é que, se isto que eu disse, não é doutrina da
Igreja, e por isso eu não sou Católico, então eles próprios não são ateus, pois
o Deus que acabo de apresentar é por eles completamente desconhecido.
A maioria dos ateus de hoje, são
pessoas preocupadas em conhecer a Verdade, porém, ao vislumbrar o mundo das
religiões e principalmente o mundo das religiões protestantes, e não conseguir,
pela “poluição religiosa” visualizar e encontrar a Verdade que é a Fé Católica,
concluem erradamente que tal Verdade é inexistente, ou seja, que Deus não
existe.
Então, num diálogo com um ateu,
nossa primeira tarefa, é concordar com ele que o deus que ele conhece não
existe. O que ele conhece é uma caricatura de Deus, ou seja, antígenos
atenuados de uma fé mesquinha e ignorante que eles repudiam, mas nós, Católicos
fiéis ao Magistério, Tradição e Escrituras também repudiamos. O deus rejeitado
pelos ateus é o mesmo deus rejeitado pelos Católicos. A única diferença é que
nós conhecemos o Deus verdadeiro, tanto pela via natural da criação e das
criaturas, quanto pela via da revelação, então, nosso segundo trabalho, é
apresentar à eles, o Deus que pode ser concluído pela via natural, e contrastar
este Deus com o Deus da Revelação e levá-los, pelo uso da filosofia e lógica
simples, que este é o mesmo Deus da Revelação. Que é exatamente o Deus que
professamos todos os domingos, principalmente no Credo
Niceno-Constantinopolitano.
Não tenhamos medo de desmascarar a
Idolatria Protestante e repudiar o deus pregado pelo Protestantismo, pois ao
fazê-lo estaremos abrindo os olhos dos cegos, cegos estes que apesar de poderem
ver, não conseguem ver devido ao excesso de similaridades, aquilo que aqui
chamamos de Poluição Religiosa.