quinta-feira, novembro 3

PERDOEM-ME MEUS FILHOS

Filhos, quando cheguei aqui, encontrei o mundo já virado. Tive muitas dificuldades para estudar e ser aceito, encontrei pessoas que abusaram de minha fragilidade como criança, e ainda se aproveitaram de minha condição de pobreza, mas não se deixem levar pelo que de errado aconteceu comigo, pois não se tratam de justificativas, e sim de explicações.

Pois, encontrei ainda pessoas que me deram esperança, que me orientaram a encontrar um caminho que fosse seguro, um caminho que me conduziu a constituir uma família, e assim, vieram vocês. Acredito que desconheçam o significado da palavra família, mas era uma instituição feita por pessoas que se defendiam, se gostavam, o certo seria dizer que se amavam, mas vocês não saberiam o que isso significa.

Cada um de vós, tomei o cuidado de serem queridos e desejados. Para não incorrer nos mesmos erro de meu pais, procurei um momento oportuno para o vosso nascimento, porém, mesmo assim, vocês nasceram em momentos conturbados de minha vida, momentos que em meio ao desespero, Deus nos presenteou com mais uma vida. Uma vida querida e amada. Eu me expresso assim, mas acredito que vocês nem saibam do que eu estou a falar.

Mas, sabe filhos, muitos não tiveram esta sorte. Muitos foram o que na mesma época da vossa gestação, foram abortados e indesejados. Muitos nasceram, mas Milhões morreram, mortos por suas próprias mães e pais. Isso é comum no vosso tempo, mas no meu tempo, era um escândalo, que eu não disse nada e não fiz nada contra.

Tiveram os que nasceram. Alguns com mais sorte que vocês, nasceram em famílias abastadas e ricas, porém, com a falta do principal, pois como já disse o pequeno príncipe, “o essencial é invisível aos olhos”, e Deus é este ESSENCIAL, que ninguém vê, e poucos tem. Aliás, vocês nem sabe quem é Deus, não é mesmo? Era um ser que nos amava e nos criou para sermos tudo em todos, para nos amar, mas minha incapacidade para o amor, não me permitiu ensinar a vocês com a vida, se não apenas com palavras o que seria o amor e sem entender o amor, vocês nunca entenderão o que é Deus. Perdão por ter matado Deus.

Outros ainda, nasceram com pior sorte, nasceram já desprezados e indesejados, não recebendo amor ou solidariedade nem mesmo daqueles que os deveria amar por obrigação. Muitos foram maltratados e presos, mas ainda houveram os que cresceram nas ruas e não tiveram nenhuma oportunidade. Estes meus filhos, serão numerosos no vosso tempo, e cabe a vocês, que não tem nada com o assunto, curá-los com o vosso amor. Pena que vocês não sabem o que é o amor...Perdão meus filhos, pois quanto a isso, eu não fiz muita coisa.

Filhos, eu assisti o mundo se desfazer, estão vendo hoje, este porto lamacento e fedendo a óleo, com águas escuras, neste porto, existia uma praia. Linda!!! Mas que seus olhos nunca verão, perdão meus filhos, mas eu vi o petróleo somado à ganância dos grande homens de ternos e carros bonitos, devastar esta paisagem, e não fiz nada. Bom, eu espalhei a notícia, fui contra no meu íntimo, mas não fiz nada.

Filhos, estão a ver estas construções altas e que hoje para vós é padrão de beleza, acreditem, antes existiam lindas árvores centenárias, palmeiras, embondeiros (Baobás), Pau Preto, tudo foi devastado e vendido; alguns fizeram móveis, outros usaram como lenha e a história de uma terra foi vendida, a preço de uma quinhenta, e eu... bom, eu nada fiz. Como sempre, fui contra, mas não fiz nada efetivamente.

Filhos, observem os céus, acredito que hoje, no vosso tempo, vocês já estejam acostumados a este calor e a impossibilidade de permanecerem algum tempo a tomar banho de sol, mas no nosso tempo, podíamos olhar para o céu, ver os pássaros, ver as nuvens e o nascer do sol pela manhã, e mais tarde o pôr do Sol, era lindo, mas seus olhos, se viram estes espetáculos, viram por pouco tempo... perdão meus filhos, eu vi quando queimaram o céu, fragmentando a camada protetora a troco de papel moeda, e nada fiz para detê-los. Mas como sempre, fui contra!

Filhos, eu vi o mundo legalizar a prostituição, a homossexualidade a pedofilia, as fecundações in vitro, as barrigas de aluguel, a manipulação das células tronco embrionárias... e tive medo de me opor. Eu vi, meus filhos, com espanto, as pessoas sendo coisificadas, sendo desrespeitadas por si mesmas, e tendo isso como um direito, e chamando a isso de Direito Humano. Perdão meus filhos, por vocês hoje, possuírem chips dentro da vossa pele, têm sua fertilidade castrada e impedidos de terem seus próprios filhos... eu permiti tudo isso, por que eu tive medo.

Perdão filhos meus, pela completa falta de liberdade que vocês tem hoje, de estarem submersos nesta religião fajuta e neste entretenimento infinito que o esvaziam e os fazem pensar que vocês valem pelo que consomem, e não por serem imagem e semelhança de Deus.

Perdão ainda, meus filhos, por vocês desconhecerem a Palavra de Deus, ou algum sinal do que é Sagrado de verdade, acredite, estes aparelhos que os circundam, não são naturais, e não são necessários para se viver. Havia um tempo em que as pessoas escolhiam quantos filhos teriam, a que canais de TV assistiriam, neste tempo, podíamos dizer o que é certo e errado, o Politicamente Correto, que nada mais é que uma hipocrisia disfarçada, estava nascendo, e eu não fiz nada por medo. Medo de ser mau visto, de ser chamado radical, de sofrer preconceito por pensar diferente... e hoje, vocês é quem pagam. Perdoem-me! Perdoem minha covardia!!

Infelizmente, o meu pedido de perdão, apenas alivia o meu fardo, e vocês de certo que me perdoarão, mas não o farão com consciência, pois vocês hoje, não sabem o que é consciência, isto foi a muito arrancado de vós nas escolas, quando vos falavam de evolução, educação sexual e Politicamente correto. Hoje, vocês tem por certo, não o que sua consciência diz, mas o que o estado, totalitário e absoluto, nas mãos de engravatados e montadas na mola (Grana), ditam o que é Certo e o que é Errado... e vocês, como animais bem treinados, obedecem.

No meu tempo, acusavam a religião de ser manipuladora, de ser controladora, então, destronaram a religião, e colocaram em seu lugar, uma câmera de vídeo, que vos filma dia e noite, retirando aquilo que chamávamos de privacidade, em nome da vossa segurança. Perdão meus filhos, mas eu até achei bonito quando instalaram as primeiras câmeras, e não fiz nada, pois já estava acostumado às idéias vendidas no filmes de Hollywood e nas propagandas... eu me deixei seduzir, e hoje, vocês não tem direito à escolha.

Acreditem em mim, havia um tempo, em que as mães e os pais, educavam seus filhos, até mesmo por meio de disciplina severa, para que seus filhos crescessem dando valor ao que é de fato valioso, como solidariedade, respeito, coragem, fidelidade, religiosidade e amor. Perdão meus filhos, por vocês nem mesmo conhecerem estas palavras.

Acreditem, acreditem... mas se não quiserem acreditar, eu não os culpo, pois na época que eu podia fazer alguma coisa, eu também não acreditei.

Um comentário:

  1. Quem dera tivéssemos todos esta visão, principalmente, antes de termos os filhos... Me identifico com aquele que foi contra mas não fez nada de concreto. Hoje, Deus está me ensinando a amar e eu rezo por mim e por toda a humanidade, clamando a misericórdia divina. Se Ele me der coragem e força, ainda há tempo de lutar... Obrigada pelo texto. Me fez pensar... Bjs

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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem