Houve um tempo em que a cultura e a
espiritualidade estavam tão secularizadas, que não havia mais referências da
alta cultura que pudessem resgatar a dignidade da inteligência humana. Os
grandes mestres de outrora, já bem velhos, se ainda vivos, e sem energia para
promover uma empreitada de resgate, viam os grandes clássicos do pensamento
mofando nas prateleiras das bibliotecas dos imortais.
A sociedade sucumbindo à sua própria idiotice,
e os intelectuais, deixando de agir à luz da razão, professavam o credo
ideológico que busca o agir pela razão, o que os tornava insensíveis aos
próprios sentimentos de empatia e compaixão, tornando-se dominadores dominados
por suas próprias ideologias, e ao invés de libertar mentes, aprisionavam-nas
em suas bolhas cada vez mais segmentadas, racionadas e repletas de
mediocridade, mesquinharia e demagogia politicamente correta.
A vida social já estava à beira do
insuportável, quando um sobrevivente resiste à enxurrada de idiotices ensinadas
pelos ditos “mestres” escolares, rejeita o conhecimento dito formal. Depois,
até sendo acusado de recusar a academia e a formalidade, responde: “meu conhecimento foi formal, mas na forma
que eu escolhi”. Assim contraiu o vício da liberdade, pois era incapaz de
resistir à realidade. Um único acordado no trem bala da vida onde todos dormem
com o sacolejo das ideologias.
Se este sobrevivente tivesse vivido na era dos
clássicos, teria sido parceiro e amigo de Sócrates, Platão e Aristóteles.
Diretor espiritual de Agostinho e brilhante opositor de Tomás, e, com certeza,
um dos filhos prediletos de inúmeros santos como Padre Pio e Dom Bosco. Teria servido
de inspiração dos poetas e escritores como Homero, Dante, Fiódor, Miguel,
Fernando, Luiz e Carlos. Mas não viveu na era dos gênios literários, e sim, no
tempo dos imbecis, descobrindo a fórmula
para enlouquecer o mundo viu a longa
marcha da vaca para o brejo, o que resultou neste terrível jardim das aflições.
Foi preparado pelo Pai Daquele a quem só se
referia como Nosso Senhor Jesus Cristo, adestrado pela vida e curtido na estufa
da sabedoria e do conhecimento, alimentou-se “de tudo um muito...” Muita astrologia, alquimia e esoterismo!
Muita filosofia oriental fazendo-se Mohamed e militante do socialismo,
estocando armas para a revolução. Mas, constatou o retrocesso, o vilipêndio das
virtudes e a chacota da realidade que tanto lhe era cara, e assistiu pasmo seu
país gerar idiotas poderosos, analfabetos letrados e estultos magistrados que
não sabiam compreender a ironia de uma piada ácida. De fato, o humor de
contraste não é para amadores e aqui só havia isso!
Com desassombro, começou cortando a própria
carne, retirando a gordura do linguajar rebuscado, descendo o nível de sua
própria eloquência, indo além da imbecilidade dos imbecis, tomando a língua
materna dos ignorantes, provocando uma kenosis impensável pelos
pensadores e inaugurou a educação e catequese deste novo continente chamado
internet; com palavrões cirurgicamente colocados e de rede em rede, foi
lançando as suas redes e emaranhados de conhecimento, ideias reais, e sua fé
concreta. Entre um Filho da puta dito
com, esperança e a caridade de revelar a um bosta
que ele é um merda, dizia para
escândalo dos pudicos: “Rezem o terço,
porra! Não importa se você é evangélico, budista ou hindu, Nossa Senhora
garantiu a salvação para quem reza o terço, então reza, caralho!”.
E como nada melhor do que a pequenez para
confundir os soberbos, da forma mais baixa e chula fez-se pobre com os pobres,
pequeno com os pequenos, agigantando-os e os soerguendo acima da cabeça dos
anões agigantados do imbecil coletivo.
Matando a fome de quem tinha sede de conhecimento, ressuscitando a inteligência
em meio a uma pandemia de idiotices. O exterminador das dislexias e assassino
de demagogias, eletrocutou e viu morrer a semente do mal no coração de homens
petrificados, matando a vulgaridade com o vulgar, a insensatez com incessantes
e brilhantes insensatezes, lucrou o amor, a admiração, a entrega, a fidelidade
e o respeito da massa, que gritava pelas ruas: “Olavo tem razão!!!”.
Olavo tem razão: “Nunca deixe de fazer duas coisas: rezar e estudar”, não importa
pelo que estejamos passando! Não importa o que o futuro nos reserva e do que
nosso professor foi poupado! Não importa se doentes, sem dinheiro ou descalços,
sempre haverá um momento para se rezar e estudar o conhecimento por presença
e os quatro discursos no interior do homem que vive com o coração na mão
e diante de Deus em uma dialética com o Espírito Santo. Não importa! A final
ele importou para dentro de cada um de nós a
consciência de nossa imortalidade e de que somos hospedeiros do único Ser
ao qual ele se dignou temer a opinião, Olavo temia somente perder a Salvação.
Em um
mundo como jamais funcionou, em meio a uma apoteose de vigarice, pautado pelo império da burla e da revolução
cultural e com uma nova ordem
mundial batendo a porta, que
por meio da mentalidade revolucionária tem gerado imbecis juvenis que odeiam o conhecimento, a verdade e a realidade...
Estão com seus dias contados, pois, assim na Terra como no Céu, é sempre feita
a vontade de Deus, e se um único sobrevivente deste naufrágio foi capaz de
ressuscitar os defuntos submersos no mar da ignorância, imagine do que não será
capaz um exército de Olavetes que não
tem medo de “True outspeak”, seja por meio do senso incomum ou de uma mídia sem máscara, fazer em fim
chegarmos ao porto seguro de um Brasil
sem medo, pois já sabemos que “Sapientiam
Autem Non Vincit Malitia”.
No dia de São Francisco de Sales, às vésperas
do dia de São Paulo, nasce para a vida aquele que salvou almas batizando-as com
o mais refinado conhecimento, com o requinte da caridade de um “cala boca burro”, “porque também nós outrora éramos insensatos, rebeldes, transviados,
escravos de paixões de toda espécie, vivendo na malícia e na inveja,
detestáveis, odiando-nos uns aos outros” (Tito 3,3) e, mesmo assim, ele se
fez ouvir, e após ter-se feito “tudo em
todos”, encerrou sua carreira, pendurou o cachimbo, desligou a câmera,
recitou seu último soneto e finalmente... Guardou a fé!
“Acabou Porrrrra nenhuma!”