domingo, fevereiro 21

A presença física é a mais pobre das presenças!

Quando estamos juntos de quem amamos, parece que não amamos! Esta verdade incomoda tanto, que com certeza, é por causa deste sentimento que inúmeros casais se separem todos os anos. Quando somos namorados, e cada um vive em sua casa, nos vemos com pouca frequência, e nos importamos muito um com o outro. Mas, quando a convivência é diária, logo a paixão esfria, e o que resta poderá se traduzir de dois modos.

Primeiro, poderá se tornar um inferno, com a proximidade, os erros e os defeitos do outro, se tornam macroscópicos, a rotina e os problemas de fora, são trazidos para dentro e a vida vai tornando-se cada vez mais insuportável. A tendência é o homem acreditar que está melhor acompanhado dos amigos e adiar o momento de voltar para casa, e a mulher, tende a comparar os maridos das amigas ou os ex-namorados com o esposo e acabar se encantando com um homem ideal que não existe.

O segundo modo, só acontece, quando o casal é verdadeiramente católico. Pois, acreditam que não existem, filantropia e altruísmo, verdadeiros, sem ver Jesus no outro. Um casal católico, não se casa com alguém por que ele é bonito, ou por que ela tem atributos a oferecer. O motivo único de se casarem é por que concluíram que esta é a vontade de Deus. O matrimônio, não é um parque de diversões, ele mais se assemelha a uma faculdade, onde as disciplinas são a personalidade, o jeito de ser, o temperamento e os sentimentos do outro.

Sim, com quem nos casamos, estamos assumindo que a esta pessoa iremos dedicar toda nossa capacidade de conhecer, e estaremos abertos a tudo o que o outro é e for capaz de fazer. Pois quando a cegueira das paixões acabarem, quando o tesão esfria e quando as rugas aparecem, o que resta é a pessoa, e se você não tiver ousado olhar além do óbvio, quando você estiver diante do seu marido impotente, ou de sua esposa cheia de rugas e quilos, você irá abandonar o barco.

O tempo que vivemos esta vida é mínimo, se comparado à infinidade que é a vida eterna, e na eternidade, o que iremos fazer? Não haverá tesão, não haverá prazer sexual, pois não haverá necessidade de nada disso, a única coisa que haverá, serão as pessoas. Nuas e cruas! Santas sim, mas desconhecidas em suas personalidades. O Céu começa aqui. Temos de treinar nos aprofundar uns nos outros. Temos de nos gastar todos os dias, na tentativa de conhecer... Profundamente... Todos o que por nós passarem. Mas principalmente, à quem juramos amar e amor é isso, conhecer e se deixar conhecer.

Quando amamos, e estamos juntos, nem percebemos o quanto nos amamos, mas basta um tempo distante, e o amor verdadeiro aparecerá, pois todos, um dia, perderão os seus queridos, todos um dia, estarão distantes de quem se ama, e as vezes, em caso da morte, por um tempo indeterminado. Temos de estar prontos para o amor verdadeiro, aquele que transcende os interesses, o prazer, o sexo e as vantagens. Temos de estar prontos para a maravilhosa riqueza de estarmos longe de quem amamos, pois a distância física revela a proximidade dos corações.

Deus é assim! Por que você acha que Ele não lhe aparece agora mesmo? Por que você acha que Ele nos vê e não nos deixa que o vejamos? Muito simples, para que você não o insulte com a indiferença que vem com a presença física. Veja o que acontece com a Eucaristia, é Deus! Fisicamente é o Senhor, mas quando você está diante Dele, será que você o vê como o Deus dos Céus que Ele é, ou você as vezes até passa por uma Igreja, sem nem mesmo fazer uma reverência? Pois é. Ele sente nossa falta, mas Ele espera que a Sua “distância” física, torne o nosso coração mais próximo do Dele.

Para saber se ama alguém, fique um pouco longe, se a presença desta pessoa, for ainda maior do que quando ela esta próxima, tão maior que chega a doer... Então saiba, você está diante do seu verdadeiro amor.

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Que Deus não permita que a Verdade não seja vista por nossos olhos e nem deixada de ser dita por nossas bocas! Paz e bem