quarta-feira, fevereiro 29

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO 2


Posso perguntar o que você sabe sobre Teologia da Libertação, também conhecida como “TL”? Estou perguntando isso, por que hoje, já não se fala mais sobre este tema, na verdade muitas pessoas acham que a Teologia da Libertação nem existe mais. Porém, eu tenho uma notícia para você, “o peixe não enxerga a água”. Nós somos os peixes, e a Igreja é o aquário onde está a água que é a TL. Você e eu, estamos nadando e bebendo TL e não estamos nem nos dando conta disso:

Para entender isso, você deve saber o que é o Demônio. A Doutrina Católica ensina que o Demônio é um ser espiritual, por isso, ele não tem nada, se não um intelecto. E um intelecto que está agora mesmo, sentado do seu lado, a sugerir “idéias” ou ideais, que vão resultar em ideologias e destas ideologias, surgirão as ações.

Lembre-se da história de Adão e Eva, a serpente, não obriga Eva a comer do fruto proibido. A serpente não força, não se impõe, não faz nenhuma auto-afirmação sobre Eva, caso contrário Eva iria se negar a fazer qualquer coisa, porém, a serpente, propõe uma idéia. E persuadindo com astúcia Eva, ela come e uma vez persuadida, persuade Adão, com a idéia da serpente.

Então, sabendo disso, você deve entender, que a TL não quer pregar o Reino dos Céus, a TL quer criar o seu próprio “céu” (novos céus e uma nova Terra). TL é a libertação de Deus, ou seja, um Céu sem Deus e uma Terra em que o Homem é o próprio deus. Na verdade o que a TL quer, é nos ver livres, e “livres” de Deus, da Igreja. Assim como Eva, se “libertou” da regra que Deus criou, e por isso, se “libertou de Deus”. A TL quer te libertar de Jesus.

O que a TL quer fazer é transformar sua fé, numa certeza: a certeza de que independente de Deus existir, você deve se libertar dos opressores, que na verdade, para a TL é o próprio Deus, é a Figura de Deus, a Imagem de Deus que é Jesus e que é simbolizada e realizada pela Igreja, que é o próprio Cristo, manifestando o seu corpo.

A libertação que a TL propõe, é a “nossa libertação de Jesus”, para que nos retiremos de dentro de Jesus, ou seja, é a prisão da ausência de Jesus, que é também ausência de Deus. E ausência de Deus, é o sinônimo do mal e portanto é a verdadeira prisão no coração do secularismo, que nada mais é que o inferno. Pois o único lugar onde Deus não está, é no inferno.

Hoje, quando não mais se fala em TL, a “profecia” e os intentos deste mal estão prestes a se realizar, e se concretizar na secularização e indiferença religiosa. A TL utiliza o altar para falar de tudo, menos de Jesus, o que se pretende é retirar o sagrado da Igreja e se introduzir o profano, o secular, o indiferente.

O resultado final disso tudo é o que? Ora, se a TL quer libertar o ser humano de Deus e da Igreja, ela só estará satisfeita quando não mais houver, Deus e muito menos Igreja. Estamos caminhando para uma sociedade que é muito bem retratada nos filmes de Hollywood, uma sociedade que Deus não existe, portanto não há necessidade da Igreja, porém, o ser humano perdeu completamente sua utilidade, são descartáveis, inutilizáveis.

Repare que o Marxismo (Busca por revolução e expressão da rebeldia), quando colocado em prática, o Ser Humano, perdeu toda sua dignidade, os maiores males do mundo até hoje, são todos filhos do Marxismo (Nazismo, Comunismo, Socialismo e Fascismo), e com a TL não é diferente, os padres já não parecem padres, as freiras não parecem freiras, os bispos não parecem bispos e a Igreja, não parece Igreja.  

Repare que a TL está matando as vocações, pois está eliminando os jovens com vocação verdadeira, que são, como eles mesmos dizem, “romanistas” fiéis ao Catecismo da Igreja Católica, fiéis ao Papa, Fiéis à liturgia da Igreja, e estão escolhendo aqueles jovens inconstantes, efeminados, relapsos, pouco estudiosos, porém vaidosos para colocá-los como padres, como pastores do rebanho de Cristo. Naturalmente, as vocações estão sendo perdidas, pela eliminação dos vocacionados antes mesmo de entrarem para a formação. Sem sacerdotes, não há Eucaristia. Sem Eucaristia, não há Sacramento. Sem Sacramentos, não há Igreja.

Aprofunde-se: 
http://www.youtube.com/watch?v=zR46YW9t4VY

terça-feira, fevereiro 28

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO 1


Posso perguntar o que você sabe sobre Teologia da Libertação, também conhecida como “TL”? Estou perguntando isso, por que hoje, já não se fala mais sobre este tema, na verdade muitas pessoas acham que a Teologia da Libertação nem existe mais. Porém, eu tenho uma notícia para você, “o peixe não enxerga a água”. Nós somos os peixes, e a Igreja é o aquário onde está a água que é a TL. Você e eu, estamos nadando e bebendo TL e não estamos nem nos dando conta disso:

A TL, nasceu do Marxismo, e o Marxismo nasceu de uma mentalidade revolucionária que também é criadora do Comunismo, do Socialismo, do Fascismo e do Nazismo. Karl Marx, criou o Marxismo, que todo mundo pensa que é a “luta de classes” (o proletariado, os pobres, os excluídos, estão lutando constantemente com a Burguesia Opressora, os Direitistas os repressores) porém, na verdade o interesse do marxismo (não de Marx) não é a “luta e classes” é a revolução! E uma revolta contra a cultura ocidental. E o que é a cultura ocidental? O Papa Bento XVI, disse que a Cultura Ocidental é o encontro da Moral e Ética Judaico-Cristã, com o Direito Romano e a Filosofia Grega. E esta foi a fórmula que gerou o que há de melhor no mundo, claro que não ficamos isentos do pecado, porém, quem seguiu esta fórmula em sua vida, necessariamente agradou a Deus e necessariamente alcançou a Salvação.

Entenda que Jesus disse, eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Quem busca um destes elementos, está buscando a Jesus, está querendo encontrar Jesus, mesmo que não saiba, mesmo que atribua outro nome à Ele, mesmo que nunca tenha ouvido falar de Jesus, pois pelo primado da consciência que todos os seres humanos tem, Deus está discursando em nossos corações, e mesmo sem saber quem é que está discursando, nós o acolhemos e acolhendo o discurso de Deus, estaremos sempre buscando: o caminho, a verdade e a vida.

Então, a TL é um dos três alicerces que querem substituir as colunas da cultura ocidental (Moral e Ética Judaico-Cristã, Direito Romano e Filosofia Grega), e que alicerces são estes? A TL é um deles, isso já sabemos, o Comunismo / Socialismo é outro, e pretende substituir o Direito Romano, e o terceiro, é o Entretenimento, que pretende substituir a Filosofia Grega. Então temos o antagonismo: Ética Judaico-Cristã e Teologia da Libertação. Direito Romano e Comunismo / Socialismo. Filosofia Grega e Entretenimento.

Repare que este antagonismo, é histórico. Num governo Comunista, não existe Direito Romano. Onde há Teologia da Libertação, não há Ética Judaico-Cristã e onde há Entretenimento, não há Filosofia Grega, ou melhor, qualquer filosofia.

A TL não quer substituir o Cristianismo apenas, ela quer destruí-lo por dentro, quer esvaziá-lo para preenchê-lo com sua ética politicamente correta, que não busca o caminho, nem a verdade e nem a vida, ou seja, não conduz à Deus, não coopera com a Salvação. O evangelho, está muito bem enraizado na cultura ocidental, então a TL vem e diz que há necessidade de “inculturação” do Evangelho, que nada mais é, reduzir o Evangelho ao Politicamente Correto. A TL prega e ensina a tolerância, porém, a TL não tolera o Cristianismo verdadeiro, principalmente o cristianismo verdadeiro que é ensinado dentro da Igreja Católica.

Aprofunde-se:

http://www.youtube.com/watch?v=EQNSoNR_jLE

segunda-feira, fevereiro 27

O que é a Teologia da libertação


Escrito por: Felipe Aquino

Em face da condenação de um livro de Jon Sobrinho, um dos teólogos líderes da teologia da libertação, pela Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, do Vaticano, a discussão sobre esta teologia voltou a campo.

Um grupo de teólogos desta linha acaba de publicar um livro contestando a ação do Vaticano e do Papa. São eles: Marcelo Barros, Leonardo Boff, Teófilo Cabestrero, Oscar Campana, Víctor Codina, José Comblin , Confer de Nicaragua, Lee Cormie, Eduardo de la Serna, José Estermann, Benedito Ferraro, Eduardo Frades, Luis Arturo Garcia Dávalos, Ivone Gebara, Eduardo Hoornaert, Diego IrarrázavaI, Jung Mo Sung, Paul Kmitter, João Batista Libânio, María y José Ignacio López Vigil, Carlos Mesters, Ricardo Renshaw, Jean Richard, Pablo Richard, Luis Rivera Págan, José Sánchez, Stefan Silber, Ezequiel Silva, Afonso Mª Ligório Soares, José Sols, Paulo Suess, Luiz Carlos Susin, Faustino Teixeira, Tissa Balasuriya, e José María Vigil.


A Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo Mundo publicou o livro “Bajar de la cruz a los pobres: cristología de la liberación”.


Muitos perguntam, o que é afinal, esta teologia da libertação? Vou responder esta pergunta com a resposta que deu a ela a autoridade da Igreja Católica; o Cardeal Joseph Ratzinguer, escolhido pelo Papa João Paulo II, em 1981, para ser o Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé; aquela que está encarregada de cuidar da “sã doutrina” (1Tm1,10; 4,6; Tt1,9; 2,1;2,7; 2Tm4,3), que com tanta ênfase São Paulo recomendava a Timóteo e a Tito. Hoje o então Cardeal Ratzinger é o Papa Bento XVI.


A teologia da libertação surgiu, mais especificamente, na América Latina, na década de 60, e ganhou adeptos principalmente nas Comunidades Eclesiais de Base. A partir dos anos 80 pudemos sentir mais de perto a sua ação. Foi então que o Cardeal Ratzinger, escreveu um importante artigo intitulado “Eu vos explico a teologia da libertação” (Revista PR,n. 276, set-out, 1984, pp354-365), onde deixou claro todo o seu perigo. Analisando este artigo, D.Estevão Bettencourt, afirma: “O autor mostra que a teologia da libertação não trata apenas de desenvolver a ética social cristã em vista da situação socioeconômica da América Latina, mas revolve todas as concepções do Cristianismo: doutrina da fé, constituição da Igreja, Liturgia, catequese, opções morais, etc.


Entre as afirmações, o então Cardeal Prefeito diz:


“A gravidade da teologia da libertação não é avaliada de modo suficiente; não entra em nenhum esquema de heresia até hoje existente; é a subversão radical do Cristianismo, que torna urgente o problema do que se possa e se deva fazer frente a ela”. (os grifos são meus)

“A teologia da libertação é uma nova versão do Cristianismo, segundo o racionalismo do teólogo protestante Rudolf Bultmann, e do marxismo, usando “a seu modo”, uma linguagem teológica e até dogmática, pertencente ao patrimônio da igreja, revestindo-se até de uma certa mística, para disfarçar os seus erros”.


O então Cardeal foi muito claro ao afirmar o perigo:


“Com a análise do fenômeno da teologia da libertação torna-se manifesto um perigo fundamental para a fé da Igreja. Sem dúvida, é preciso ter presente que um erro não pode existir se não contém um núcleo de verdade. De fato, um erro é tanto mais perigoso quanto maior for a proporção do núcleo de verdade assumida”.


E o Cardeal vai explicando esta teologia “nova”: 


“Essa teologia não pretende constituir-se como um novo tratado teológico ao lado dos outros já existentes; não pretende, por exemplo, elaborar novos aspectos da ética social da Igreja. Ela se concebe, antes, como uma nova hermenêutica da fé cristã, quer dizer, como nova forma de compreensão do Cristianismo na sua totalidade. Por isso mesmo muda todas as formas da vida eclesial; a constituição eclesiástica, a Liturgia, a catequese, as opções morais…”


“A teologia da libertação pretende dar nova interpretação global do Cristianismo; explica o Cristianismo como uma práxis de libertação e pretende constituir-se, ela mesma, um guia para tal práxis. Mas, assim como, segundo essa teologia, toda realidade é política, também a libertação é um conceito político e o guia rumo à libertação deve ser um guia para a ação política”.


A libertação, para a teologia da libertação, é conquistada pela via política, e não pela Redenção de Jesus, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo1,29). Jesus veio para “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21), e disse a Pilatos que “o seu Reino não é deste mundo”. O pecado, para a teologia da libertação, se resume quase que só no “pecado social”, mas este, não será “arrancado” com a conversão e com os Sacramentos da Igreja, mas com a “libertação” do povo, pela luta política. Daí o fato de haver um laxismo moral e espiritual em muitos adeptos dessa teologia.


Muitos não valorizam a celebração da Missa, a não ser como uma “celebração de mobilização política” do povo oprimido. Não se valoriza suficientemente a oração, a Confissão, a Eucaristia, o santo Rosário, a adoração ao Santíssimo Sacramento, e a todas as práticas de espiritualidade tradicionais, que são, então, consideradas superadas e até alienantes.


Conheço vários jovens sacerdotes que se formaram em seminários fortemente influenciados pela teologia da libertação, e que hoje deixaram o sacerdócio, ficaram esvaziados espiritualmente… Noto que nem se realizaram no campo social e nem no campo religioso.


O então Cardeal Ratzinguer mostrou que é difícil enfrentar esse perigo, pois, como afirma:


“Os teólogos da libertação continuam a usar grande parte da linguagem ascética e dogmática da Igreja em chave nova, de tal modo que aqueles que lêem e escutam, partindo de outra visão, podem ter a impressão de reencontrar o patrimônio antigo com o acréscimo apenas de algumas afirmações um pouco estranhas…”


O então Cardeal mostrou a inversão que se faz no papel da comunidade, povo e história, para a vida da Igreja:


“A comunidade ‘interpreta’, com a sua ‘experiência’ os acontecimentos e encontra assim a sua práxis”. ”‘Povo’ torna-se assim um conceito oposto ao de ‘hierarquia’ e antítese a todas as instituições indicadas como forças da opressão. Afinal, é ‘povo’, quem participa da ‘luta de classes’; a ‘ igreja popular’, acontece em oposição à Igreja hierárquica.

Por fim, o conceito de ‘história’, torna-se instância hermenêutica decisiva,…a história é a autêntica revelação e, portanto, a verdadeira instância hermenêutica da interpretação bíblica… Pode-se dizer que o conceito de história absorve o conceito de Deus e de revelação”.


Em seguida, o então Cardeal mostra a deturpação também naquilo que é essencial: o Reino de Deus.

“Esse conceito encontra-se também no centro das teologias da libertação, lido porém no contexto da hermenêutica marxista. Segundo Jon Sobrino, o reino não deve ser compreendido espiritualmente, nem universalmente, no sentido de uma reserva escatologicamente abstrata. Deve ser compreendido de forma partidária e voltado para a práxis”.


Aqui se entende porque os adeptos da teologia da libertação militam nos partidos políticos que visam a “libertação do povo”.

O Papa Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, explicou o que é a verdadeira libertação:

“Acerca da libertação que a evangelização anuncia e se esforça por atuar, é necessário dizer antes o seguinte: ela não pode ser limitada à simples e restrita dimensão econômica, política, social e cultural; mas deve ter em vista o homem todo, integralmente, com todas as suas dimensões, incluindo a sua abertura para o absoluto, mesmo o absoluto de Deus…

Mais ainda: a Igreja tem a firme convicção de que toda a libertação temporal, toda a libertação política, mesmo que ela porventura se esforçasse por encontrar numa ou noutra página do Antigo ou do Novo Testamento a própria justificação, … encerra em si mesma o gérmen da sua própria negação e desvia-se do ideal que se propõe, por isso mesmo que as suas motivações profundas não são as da justiça na caridade, e porque o impulso que a arrasta não tem dimensão verdadeiramente espiritual e a sua última finalidade não é a salvação e a beatitude em Deus.”

“A libertação que a evangelização proclama e prepara é aquela mesma que o próprio Jesus Cristo anunciou e proporcionou aos homens pelo seu sacrifício.” (n.33)

Os adeptos da teologia da libertação têm a enganosa mania de pensar que quem não aceita esta teologia não trabalha pelos pobres e oprimidos e não se preocupa com eles; se acham os únicos defensores dos excluídos; é um grande erro. 

A Igreja em seus 2000 anos de vida sempre socorreu os desvalidos e ainda o faz, mas nunca precisou lançar mão de ideologias estranhas para isso; sempre agiu pelo puro amor a Jesus Cristo que sofre no doente, no preso, no faminto, etc. A Igreja não precisa que novos teólogos a ensinem a fazer caridade; ela a faz desde os Apóstolos, ela é “perita em humanidade”, como disse Paulo VI.

Hoje 25% das instituições que tratam dos aidéticos são da Igreja; em toda a História da Igreja os santos e santas viveram a verdadeira caridade; só para citar alguns: Santa Isabel da Hungria, S. Vicente de Paulo, S. Francisco de Assis, S. Camilo de Lelis, S. João Bosco, Madre Teresa de Calcutá, Ira. Dulce, e milhares de outros que nunca precisaram reinterpretar o Evangelho e politizar a fé com métodos marxistas de luta de classes, invasão de propriedades alheias fora da lei, etc., para promover os pobres. São os verdadeiros bons samaritanos do Evangelho.


O Papa João Paulo II ao menos por duas vezes, falando aos bispos do Brasil, condenou as invasões de terras:

1 – Ao segundo grupo de Bispos do Brasil, do Regional Sul l da CNBB, em visita “ad limina Apostolorum” de 13 a 28 de Março de 1996, o Papa disse:

“… mas recordo, igualmente, as palavras do meu predecessor Leão XIII quando ensina que“nem a justiça, nem o bem comum consentem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto” (RN, 55). A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas.”

2 – Em discurso em 26/nov/2002 aos bispos do Brasil, ele voltou a dizer:

“Para alcançar a justiça social se requer muito mais do que a simples aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes como, por exemplo, através da invasão de terras – já reprovada na minha viagem pastoral em 1991 – e de edifícios públicos e privados, ou por não citar outros, a adoção de medidas técnicas extremas, que podem ter conseqüências bem mais graves do que a injustiça do que pretendiam resolver”.

Não podemos nos fazer de surdos a essas palavras. Concluo com as sábias palavras de D. Estevão:

“O cristão não pode ser de forma alguma, insensível à miséria dos povos do Terceiro Mundo. Todavia para acudir cristãmente a tal situação, não lhe é necessário adotar um sistema de pensamento que é anticristão como a Teologia da Libertação; existe a doutrina social da Igreja, desenvolvida pelos Papas desde Leão XIII até João Paulo II de maneira cada vez mais incisiva e penetrante. Se fosse posta em prática, eliminaria graves males de que sofrem os homens, sem disseminar o ódio e a luta de classes”.


domingo, fevereiro 26

Escola pública: uma pedagogia de risco


“Professora manda aluna de 12 anos se encontrar com um pedófilo. Estava aplicando a pedagogia libertina das universidades, que infantiliza os adultos e apodrece as crianças.”

Polemista corajoso, dono de uma corrosiva ironia, o jornalista e escritor Benjamin Costallat (1897-1961) foi um dos mais apreciados cronistas de seu tempo, retratando a sociedade carioca com uma visão quase futurista, que, já nos anos 20, o fazia perceber a favela como uma “cidade dentro da cidade”, chamando a atenção para o apartheid carioca que continua a dar trabalho ao país. Em uma de suas crônicas, intitulada “Ins­trução?” e publicada no Jornal do Brasil em 3 de março de 1927, Costallat chama a atenção para o ensino público da então Capital Federal.

Como sugere a interrogação do título, tratava-se de uma crítica à “instrução pública”, como era chamado, na época, o emergente ensino público no país, em luta com a hegemonia católica na educação. Ainda faltavam cinco anos para que sociólogo Fernando Azevedo (1894-1974) liderasse o Manifesto da Escola Nova, que defendia a educação laica, com mais investimento na instrução pública. Em seu artigo, Benjamin Costallat descreve uma escola pública do Rio de Janeiro, em que as crianças conviviam com entulhos, animais, esgoto a céu aberto, “sem as mais elementares regras de higiene, na promiscuidade sórdida”, como afirma o autor.
Diante desse cenário de sordidez, Costallat clama pelo fechamento das escolas, afirmando que “melhor é ver aumentar o número de brasileiros analfabetos” do que ver “aumentar o número dos porcos brasileiros”. Hoje, passados 84 anos, o Brasil vive uma situação ainda mais trágica do que aquela descrita pelo jornalista carioca. As escolas deixaram de ser chiqueiros físicos – viraram pocilgas morais. Se no seu tempo, os alunos refocilavam na lama, hoje a escola lhes enodoa a alma. Já não se trata de escolher entre o analfabeto e o porquinho; se depender da criminosa pedagogia progressista, ou se fecham as escolas ou o país terá de escolher entre o analfabeto e o bandidinho – devidamente acompanhado da prostitutazinha.
Mandantes de um crime

Para quem acha que estou exagerando, recomendo a leitura de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada em 15 de novembro de 2011. A reportagem relata um inacreditável trabalho escolar idealizado por uma professora de português de uma escola estadual da cidade de São Carlos (221.950 habitantes), no interior paulista. A professora pediu a uma aluna de 12 anos que marcasse um encontro com um pedófilo na internet, com o objetivo de analisar as propostas que receberia e, dessa forma, mostrar a todos os alunos o risco que esse tipo de conversa acarreta.

De acordo com a orientação da professora, a menina deveria usar um nome fictício e sua idade real no bate-papo da Internet. Deveria também imprimir toda a conversa com o pedófilo e marcar um encontro com ele no centro da cidade, quando deveria fotografá-lo. Indignada com a tarefa, a mãe conversou com o padrasto da menina e eles decidiram reclamar na direção da escola e levar o caso ao conselho tutelar do município. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo determinou a investigação do caso e o afastamento da professora, “em caráter exclusivamente preventivo”.
As autoridades educacionais paulistas estão certas: é preciso avaliar o caso com isenção e, para isso, convém que a professora seja afastada. Mas não basta – é preciso chegar até os mandantes desse crime. E, sem dúvida, eles estão nos grandes centros universitários do país, começando pela USP e suas congêneres públicas pelo país afora. Hoje, grande parte da ciência produzida nas universidades brasileiras não passa de uma espécie de pederastia intelectual. Já não existe ensino. O que há é manipulação de crianças e adolescentes por parte de ideólogos adultos, que querem fazer a revolução socialista a partir das escolas.
Escola sem limites

A professora que mandou a aluna se encontrar com um pedófilo está apenas aplicando aquilo que a 
universidade brasileira vem pregando – o protagonismo sem limites de crianças, adolescentes e jovens na suposta tarefa de transformação do mundo. Já não existe assunto proibido para criança em idade escolar. De acordo com as teses acadêmicas e as diretrizes do MEC, crianças e adolescentes podem discutir tudo, menos estudar. Vivemos uma completa inversão de valores: enquanto os adultos têm ojeriza a temas polêmicos, por entender que eles estragam o jantar e a cerveja, as crianças não fazem outra coisa na escola senão buscar soluções para todos os problemas milenares (e insolúveis) da humanidade – desde a fome na África até a criminalidade urbana, passando pela violência contra a mulher, o aborto, as drogas, o racismo, as perversões sexuais.

Pautando-se pela fé vygostkiana na construção coletiva do conhecimento e da moral, a pedagogia estimula o debate de temas inimagináveis entre as crianças, muitos deles espinhosos até para adultos. No livro Limites: Três Dimensões Educacionais (Ática, 2001), o psicólogo Yves de La Taille, professor titular da USP, critica esse excesso de protagonismo juvenil da pedagogia, que coloca a criança diante de dilemas que estão muito além de sua capacidade de discernimento. Ele conta o caso de uma professora que reuniu uma turma de crianças de 6 e 7 anos em torno de uma churrasqueira em brasas e, referindo-se a uma aluna da classe, propôs a seguinte questão: “Podemos jogar Fulana no fogo?”. Um aluno, “com seriedade pelo menos aparente, respondeu que a Fulana em questão devia, sim, ser jogada no fogo” – para o total  desconcerto da professora.
A própria ONU – que não passa de uma Internacional Socialista – é a principal defensora do protagonismo juvenil, não admitindo nenhuma distinção entre crianças e adultos. Prova disso é que sua Convenção sobre os Direitos da Criança (macaqueação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que inspirou o Estatuto da Criança e do Adolescente) diz textualmente em seu artigo 13, parágrafo 1º: “A criança terá o direito à liberdade de expressão; este direito incluirá liberdade para procurar, receber e partilhar informações e ideias de todos os tipos, independentemente de fronteiras, oralmente, por escrito ou na forma impressa ou de arte, ou através de qualquer outro meio de escolha da criança”.
Caso se leve a sério este artigo da Convenção da ONU, uma criança tem o direito inalienável de dizer palavrões de qualquer espécie (“direito à liberdade de expressão”); ler manuais de tortura e distribuir panfletos racistas (“receber e partilhar ideias de todos os tipos”); ver, pela internet, cenas de pedofilia com crianças asiáticas e estupros coletivos nos Bálcãs (“procurar informações e ideias de todos os tipos na forma impressa ou de arte”). Ou seja, a ONU preconiza para crianças de qualquer idade a mesma liberdade de um adulto, esquecendo-se que não se pode falar em liberdade sem responsabilidade. É obvio que as crianças, uma vez que não podem se responsabilizar por seus atos, também não podem ser totalmente livres.
Fanatismo revolucionário

Nesse contexto de verdadeira putrefação ética, aprendida nos bancos das faculdades, é quase inevitável que uma professora ache natural mandar uma aluna de 12 anos entrevistar um pedófilo. Trata-se de uma consequência direta do ensino ministrado nas universidades, especialmente nas faculdades de pedagogia. Até as pesquisas científicas da área costumam ser batizadas com um nome imbecil, “pesquisação”, em que a palavra “ação” desnuda o fanatismo revolucionário da pedagogia, toda ela calcada na autoajuda marxista de Paulo Freire. E o que é mais grave: a ação tem de ser sempre coletiva, pois o pensamento hegemônico nas academias abomina a consciência individual – tratada como mero epifenômeno burguês, a ser extinto com a revolução socialista.

Hoje, todas as universidades brasileiras desenvolvem programas de mediação de conflitos nas escolas, em que crianças e adolescentes são chamados a mediar a verdadeira guerra civil que viceja entre as gangues estudantis. Isso quando a própria escola não se torna a principal fábrica de conflitos, através da ideologia marxista, que joga negros contra brancos, pobres contra ricos, ateus contra religiosos, drogados contra sóbrios, nordestinos contra demais paulistas e gays contra as demais pessoas. Baseando-se na tese da filósofa Marilena Chauí de que a única ética possível é a ética de esquerda, a universidade especializou-se em atiçar as turbas contra o indivíduo, como se vê na USP.
Prova disso é que o aluno que se esquiva das más companhias é visto como preconceituoso. A psicóloga e socióloga Sílvia Ramos, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, numa entrevista à Agência Brasil, chegou a criticar os adolescentes e jovens que se afastam dos usuários de crack: “Os próprios jovens são muito preconceituosos e contribuem para isolar o adolescente que usa crack. Ele se descontrola e rapidamente se torna dependente. E isso não contribui para que ele peça ajuda, peça socorro”. Convém ressaltar que essa afirmação absurda, que não tem sustentação sociológica, psicológica, médica ou ética, foi feita por uma profissional com doutorado numa das mais importantes instituições cientificas do país – a Fiocruz.
Pedofilia como invenção

Se uma autoridade acadêmica considera que é dever do adolescente se aproximar do usuário de crack para ajudá-lo a sair do vício, por que uma professora da escola básica não pode pedir a uma aluna que converse com um pedófilo? Não tenho dúvida que o usuário de crack é muito mais perigoso do que o pedófilo, inclusive porque o fenômeno da pedofilia – com a dimensão que adquiriu nos bancos das academias e nas páginas dos jornais – não passa de um espectro inventado pelo movimento gay e pelas feministas. Já o viciado em droga é um perigo ambulante. Quantos usuários de crack não são mortos por traficantes devido a dívidas do vício? Um pai pode trabalhar tranquilo se souber que na escola os doutores universitários acusam seu filho de ser preconceituoso por não andar com o drogado, arriscando-se, no mínimo, a levar uma bala perdida?

O casuístico mito do pedófilo ofuscou até a bárbara concretude do estuprador. Ninguém liga mais para o monstro que violenta mulheres – a ordem agora é perseguir pedófilo, mesmo que sua vítima seja uma voluntária de 17 anos, que vive de vender o corpo de modelo. Mas o pedófilo, convém frisar, não se define pelo que faz na cama e, sim, pelo que representa socialmente. Para ser pedófilo é preciso ser branco e, de preferência, rico, tendo pago pelo sexo que a menor – voluntariamente – fez com ele. Se o sujeito é bandido, a coisa muda de figura: em nome dos direitos humanos, ele passa a ter o monopólio da presunção de inocência, negada ao cidadão honesto. Por isso, quando é preso, mesmo que seja latrocida, traficante e até estuprador, passa a ter o inalienável direito a visitas íntimas, inclusive com menor, caso sua namorada declarada tenha menos de 18 anos.
Todos os sábados e domingos as cadeias brasileiras são transformadas em parques de diversões. Suas portas se abrem para as famílias dos presos, inclusive crianças e adolescentes, entre elas, meninas com os seios em botão. Vão acompanhando a mãe, que vai visitar o marido ou o filho preso. Como entram no presídio de manhã e só podem sair no final da tarde, seu universo social se estreita e não é raro que essas meninas, ainda menores, comecem a namorar um colega de cela do pai ou do irmão. Logo, se tornam repasto de assassinos, ladrões e traficantes nas famigeradas visitas íntimas e acabam presas na porta da cadeia com a vagina entulhada de droga, como aconteceu com uma adolescente no final de outubro, num presídio do interior de São Paulo.
Amélias dos gays

Essa trágica realidade – um verdadeiro genocídio físico e moral das mulheres – não preocupa as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, muito menos os intelectuais das universidades, inclusive as feministas, que viraram Amélias dos gays.  Essa gente prefere se ocupar dos direitos humanos dos presos. Prova disso é a dissertação “Crianças Pré-escolares e Prisão Paterna”, defendida em 2007 pela psicóloga Márcia Valéria Reis Beckman no Mestrado em Psicologia da PUC de Campinas. Ela entrevistou familiares de presos e critica a visão que eles têm do presídio como “um lugar ruim”, chegando a ironizar o fato de que não consideram o ambiente carcerário adequado para uma criança, “um ser puro e ingênuo” – segundo a sarcástica expressão da pesquisadora.

Esse desrespeito com o sofrimento alheio se torna ainda mais chocante quando se sabe que a pesquisadora tinha conhecimento do tratamento que as crianças, inevitavelmente, recebem no presídio. Uma das mães entrevistadas (com 23 anos e um filho de 4 anos, cujo pai estava preso por tráfico de drogas) disse que a revista das visitas era muito invasiva e que as mulheres dos presos ficavam fazendo piadinhas com os guardas e fazendo posições pornográficas, na frente do seu filho. Outra mãe, de 39 anos, contou à pesquisadora que entrava numa sala junto com outras cinco ou seis mulheres e todas elas, completamente nuas, agachavam-se e levantavam três vezes para que as guardas vissem se nenhum droga iria cair de suas partes íntimas. E a criança presenciando tudo isso.
Mesmo assim, a pesquisadora da Unicamp minimiza os evidentes danos que essa situação causa nas crianças, preferindo preocupar-se com o bem-estar os presos e sua suposta ressocialização: “Muito embora não haja muito debate sobre os prós e contras das visitas de crianças aos pais encarcerados, tais visitas podem ser vistas como atividades positivas e de grande apoio, pois elas ajudam o pai preso, a família, a instituição prisional e, em último caso, a sociedade como um todo, pois as visitas amortecem as tensões pessoais e facilitam a gestão do espaço prisional". Mais grave é que essa não é uma posição isolada da pesquisadora: toda a universidade brasileira pensa assim e induziu o Estado a pensar o mesmo, destruindo crianças inocentes a pretexto de consertar seus pais criminosos.
Sexo precoce e oficial

Se pesquisadores universitários e autoridades constituídas acham normal criancinhas de três, quatro, cinco anos responsabilizarem-se pela recuperação do pai criminoso, sendo obrigadas a contribuir para evitar rebeliões no presídio, mesmo ao preço de ver a mãe pelada, em meio a vaginas balançantes, por que uma professora mal formada e mal paga da rede pública não pode pedir à sua aluna de 12 anos que faça um trabalho escolar com um pedófilo? Reconheço que a professora foi até mais decente do que os mestres e doutores que a formaram: ela passou a absurda tarefa para a menina, mas mandou um bilhete aos pais pedindo que acompanhassem de perto todo o trabalho.

Ou seja, a menina não corria nenhum risco físico. O dano seria moral se ela conversasse com o pedófilo. É óbvio que uma criança nessa idade deveria ser preservada das misérias do mundo.  Infelizmente, isso não ocorre. Vive-se nas escolas a pedagogia do Marquês de Sade. Os textos paradidáticos adotados na educação básica submetem as crianças a um verdadeiro festival de violência, que vai da chacina à tortura, passando pelo estupro e o incesto. Para a universidade, a infância é uma invenção burguesa, que precisa ser destruída. A morte da infância dispensa a autoridade paterna; com isso, crianças, jovens e adolescentes tornam-se presas fáceis da ideologia revolucionária, sempre em busca de marionetes humanas.
Mas não é preciso ir muito longe para compreender a loucura pedagógica da professora de São Carlos. Em 2003, o Ministério da Saúde começou a distribuir camisinhas para meninas a partir dos 13 anos. Na época, a cantora Kelly Key, que fazia sucesso com a música “Baba” (uma indisfarçável defesa da pedofilia) foi contratada para promover a campanha. O então ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou textualmente àFolha de S. Paulo: “Ela passa uma imagem de menina que tem poderes de decisão em uma relação”. Reparem: o ministro não estava falando de uma mulher, mas de uma menina de 13 anos – filha dos outros, dos pobres, obviamente.
Como se não bastasse, dois anos depois, o mesmo Ministério da Saúde decidiu estimular ainda mais o sexo precoce e anunciou que sua prioridade seriam os alunos de 10 a 15 anos, que passaram a ser o foco da distribuição de camisinhas. Na Folha de S. Paulo, em 16 de março de 2005, intelectuais universitários defenderam essa política. O psicólogo Áderson Costa, professor da UnB, chegou a afirmar que “uma criança de três anos pode ter orientação sexual” e sustentou que, “aos 10, 11 anos acaba a infância” e que, “nessa hora a informação é bem-vinda”. Já a psicóloga Maria Cecília Pereira da Silva, do Conselho Federal de Psicologia, defendeu que se deve dar camisinha para as crianças de 10 anos, acompanhada de orientação, para que “a criança possa refletir, discutir e ser responsável pelas suas escolhas”.
Como se vê, a professora de São Carlos, ao mandar sua aluna de 12 anos conversar e se encontrar com um pedófilo, estava apenas pondo em prática o que a universidade ensina e o governo federal impõe. Mas, como eu disse, ela foi até mais responsável do que as autoridades acadêmicas e ministeriais. Ao menos procurou envolver a família na tarefa absurda. Já o governo federal – à revelia dos pais – entrega camisinha na mão das meninas de dez anos e, repetindo as autoridades acadêmicas, diz: “Seja responsável por suas escolhas”. 
Esses e não os pedófilos de ficção são os verdadeiros inimigos da infância.
Publicado originalmente no Jornal Opção.
José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.

sábado, fevereiro 25

É o aborto, estúpido!


Escrito por: Nivaldo Cordeiro
A presidente Dilma Rousseff e o PT estão tentando engabelar os cristãos com essa conversa que o aborto é questão de saúde pública. Isso é uma agressão à inteligência.
É claro que o aborto é um momento capital da questão da moralidade cristã. Nenhum sofisma poderá esconder essa questão. O governo anda preocupado com os evangélicos, a quem Gilberto Carvalho andou pedido desculpas por sua incontinência verbal. Devia se preocupar mais ainda com os católicos conservadores, que resolveram sair das sacristias e militar pela vida.
Os conservadores estão indo à luta com o apoio do Vaticano. Basta ver o sinal emitido com a recente nomeação de Dom Airton José dos Santos arcebispo de Campinas. Ele é um prelado que lidera a luta contra o aborto, tendo influído decisivamente nas últimas eleições. O povo católico está se levantando contra a usurpação do espaço político pelos militantes da Escola de Frankfurt. Quem cativar o voto cristão ganhará as eleições em 2012. 

Assista ao comentário de Nivaldo Cordeiro: 

sexta-feira, fevereiro 24

Bento XVI: "O cristão não deve se conformar ao poder das Finanças e da Mídia"


Rádio Vaticana -  16/02/2012

O cristão é chamado a não se conformar, para ser livre. Não se conformar ao poder das Finanças e da Mídia que, mesmo sendo necessários, podem oprimir o homem. Foi o que disse o Santo Padre na tarde desta quarta-feira durante a Lectio Divina feita aos seminaristas do Pontifício Seminário Romano Maior, por ocasião da Festa de Nossa Senhora da Confiança. Na conclusão do encontro Bento XVI jantou com os seminaristas retornando em seguida ao Vaticano.

“Há um inconformismo do cristão em relação ao mundo”, indicou o Papa aos “seus seminaristas”, como ele mesmo afetuosamente os saudou, cerca 190 futuros sacerdotes de 5 seminários romanos. 

Acolhido pelo Reitor do Seminário Romano Maior, Padre Concetto Occhipinti, e pelo entusiasmo da comunidade do Instituto, Bento XVI inicialmente se deteve em adoração diante do tabernáculo. Depois a Lectio Divina sobre o trecho da Carta aos Romanos: o convite do Apóstolo dos Gentios a oferecer o próprio corpo como sacrifício vivo, santo e apreciado por Deus, a não se conformar com este mundo, a deixar-se transformar para poder discernir a vontade de Deus, o que é bom e a Ele agradável.


Mas, não se conformar não significa fugir do mundo: é um caminho para ser verdadeiramente livre. O poder das finanças e da mídia, explicou o Papa, ambos necessários e úteis, às vezes podem dominar o homem. O poder das finanças torna-se então, não mais um instrumento que favorece a humanidade, mas que a oprime. Contra o conformismo da submissão a esse poder, devemos  ser anti-conformistas: não devemos nos submeter a isso, mas sim usá-lo como um meio, com a liberdade de filhos de Deus.

Da mesma forma, muitas vezes a informação não esclarece o que é dito ou escrito, e assim torna-se mais importante do que a própria realidade. O mundo virtual corre o risco, portanto, de se tornar mais importante do que o real.

“O não conformismo do cristão nos redime, nos restitui a verdade. Peçamos ao Senhor para que nos ajude a sermos homens livres neste inconformismo que não é contra o mundo, mas é o amor verdadeiro pelo mundo”.

Bento XVI destacou ainda que o Cristianismo não é somente espiritualização, moralização, mas sim encarnação. O convite de Paulo a oferecer o próprio corpo é o convite a ser uma só coisa com Deus. (SP)

quinta-feira, fevereiro 23

Aborto é "evolução"?


A legalização do aborto significa aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado. É a solução mais cínica para o sexo irresponsável.

Os sedizentes progressistas brasileiros estão eufóricos. Ocorre que, recentemente, do outro lado da fronteira, o Senado uruguaio aprovou uma lei que legaliza o aborto. Com a confirmação pela Câmara e a sanção do presidente José Mujica, a gravidez poderá ser interrompida voluntariamente até sua 12ª semana. Atualmente, a legislação permite o procedimento em casos de estupro, riscos à saúde da mãe ou má-formação do feto. E a decisão de lá já causa anseios por aqui, como evidenciam as declarações da nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci.


Mas, afinal, o que move esses militantes em defesa de uma causa cuja única finalidade é a morte? Como um ato tão desumano e covarde pode levar pessoas sorrindo às ruas, erguendo bandeiras e entoando palavras de ordem? Não pesa a consciência quando elas aconchegam um bebê recém-nascido no colo e, ao mesmo tempo, acham razoável que lhe tivessem parado o coração? Por que uma criança de rua merece a misericórdia e outra, ainda mais indefesa, a insensibilidade? Que tipo de liberdade de escolha é essa que priva o outro de existir?

No pleito abortista, uma vida humana adquire a feição de um furúnculo: algo incômodo, indesejado e do qual é preciso livrar-se o mais rápido possível. E dizem defender direitos da mulher sobre seu próprio corpo. Porém, aos três meses de gestação – prazo máximo para a interrupção da gravidez no projeto uruguaio –, a parte mais importante do desenvolvimento já ocorreu. A criança tem fisionomia, coração batendo e bombeando sangue, órgãos vitais formados, cabeça e corpo, mãos e dedos do pé. Mesmo se não tivesse, haveria de incidir o princípio da prudência. Mas a propaganda cultural é tão forte que a evidência da vida é diminuída à condição de caso de saúde pública. E eis que o contorcionismo argumentativo coloca-se lado a lado com a crueldade.

Há vários vídeos mostrando o procedimento de um aborto. Quem tiver coragem, veja. O feto debate-se contra um instrumento afiado, luta pela sua própria sobrevivência. Até que não pode mais resistir. Para além das direções de arte, roteiros e efeitos especiais, é a crueza de uma violência. Não se pode negar a realidade posta: a morte de um ser humano.

A legalização do aborto significa aplicar a pena capital a um filho sem que nenhum mal ele tenha causado. É a solução mais cínica para o sexo irresponsável. É a negação total da razão e da emoção. Mais: relativiza um direito em cuja supremacia se baseia a civilização e eleva o egoísmo a um patamar sagrado na sociedade. Chamar de avanço a legitimação de um ato que põe fim à vida não passa de uma piada macabra.

Autor: Rafael Codonho é jornalista 
Colaboração Ivanaldo Santos